O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já tem seus principais nomes para a disputa presidencial de 2026: Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná. A informação foi revelada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos principais articuladores da direita nacional.
Em entrevista recente, Ciro Nogueira afirmou que “Bolsonaro já decidiu” quem apoiará para a corrida ao Planalto, mas mantém o nome em sigilo. Segundo ele, tanto Tarcísio quanto Ratinho Jr. seriam considerados “viáveis” e poderiam vencer a disputa, desde que tenham o endosso do ex-presidente. “Se fosse hoje, vejo dois candidatos viáveis: Tarcísio e Ratinho Júnior”, disse o senador, defendendo que o anúncio oficial seja feito entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026.
Fontes próximas ao ex-presidente indicam que Tarcísio de Freitas seria o nome preferencial de Bolsonaro, mas há condições: Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, apareceria como candidata a vice-presidente na chapa. Outra exigência é a formação de uma frente ampla, capaz de unir partidos de centro e direita. O principal entrave, no entanto, é que Tarcísio vem sinalizando preferência por tentar a reeleição em São Paulo, além da resistência de algumas siglas ao nome de Michelle como vice, temendo dificuldades para alianças.
Como alternativa, Ratinho Jr. desponta como opção caso Tarcísio decida permanecer no governo paulista. O governador do Paraná mantém diálogo com o Centrão e é visto como figura com trânsito mais fácil entre partidos de centro, fator considerado estratégico para ampliar o leque de alianças em 2026.
Pesquisas recentes reforçam a estratégia. Segundo levantamento Genial/Quaest de julho de 2025, Tarcísio lidera as preferências para candidato da direita, com 15% das menções, seguido por Michelle Bolsonaro (13%) e Ratinho Jr. (9%). Os dados apontam que, caso Bolsonaro siga inelegível — situação considerada difícil de reverter por analistas —, esses dois nomes reúnem as maiores chances de enfrentar um eventual candidato do PT.
O calendário para o anúncio do sucessor é alvo de disputa interna. Enquanto o Centrão defende definição até dezembro, o ex-presidente sinaliza preferência por deixar a decisão para fevereiro de 2026. A ideia é permitir que Tarcísio siga apresentando entregas em São Paulo e evite desgaste ao antecipar um projeto nacional.
Bolsonaro, que permanece inelegível até 2030 após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ainda pode ver a situação se agravar caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em ações relacionadas à tentativa de golpe. Assim, definir o nome de seu sucessor tornou-se prioridade para a direita, que busca se manter competitiva em 2026.