A partir desta terça-feira (22), a Bahia sediou mais uma edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Com o tema “Planeta Água: cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”, a ação levou atividades para mais de 25 municípios do estado.
O evento foi pensado em sintonia com uma agenda estratégica federal e alinhado à nova lei baiana de popularização da ciência, sancionada em maio — considerada a primeira do tipo no país. Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, Marcius Gomes, a lei cria um marco normativo que orienta a política estadual nessa área.
“Há um reconhecimento do atual governo no sentido de valorizar ainda mais as experiências que surgem na escola, nas comunidades tradicionais, na academia e nas universidades. Hoje temos um instrumento normativo que orienta essa política em nível estadual”, disse Marcius Gomes.
Eixos e cidades
A programação foi organizada em três eixos: cultura oceânica, mudanças climáticas e o planeta água. As ações aconteceram em municípios de diferentes territórios de identidade, como Juazeiro, Paulo Afonso, Camaçari, Ituberá, Cruz das Almas e Taperoá, entre outros. A ideia foi descentralizar para aproximar a ciência das realidades locais.
Como os locais foram escolhidos? Pelo desafio que cada região enfrenta. Em Camaçari o foco passou pelo litoral extenso e por questões ambientais locais; em Juazeiro, no norte, as atividades trataram de desertificação, nascentes e do Rio São Francisco; nas cidades litorâneas, a pauta da economia azul — pesca, transporte e bioeconomia marítima — ganhou destaque.
A Semana também marcou a instalação oficial do Comitê de Popularização da Ciência da Bahia, previsto na nova lei estadual. O ato foi programado para quarta-feira (23), no Farol da Barra, com a presença do governador Jerônimo Rodrigues.
Entre as entregas previstas estiveram o lançamento do selo “Bahia Faz Ciência” e a divulgação de projetos apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb). Segundo a secretaria, os investimentos somaram mais de R$ 60 milhões entre 2023 e 2025.
Atividades e participação
A programação foi variada e pensada para diferentes públicos. Houve palestras, exposições, oficinas, mostras de robótica, rodas de conversa com pescadores e marisqueiras, experiências imersivas em óculos 3D e visitas ao Museu Náutico da Bahia, no Farol da Barra.
- Palestras e exposições
- Oficinas e mostras de robótica
- Rodas de conversa com comunidades tradicionais
- Experiências imersivas e visitas guiadas
“O ambiente da ciência é um ambiente de criatividade e curiosidade. A ideia é aproximar as pessoas da pesquisa, mostrar que ela está presente no dia a dia e pode transformar realidades”, afirmou Marcius Gomes.
Gomes destacou ainda a participação das escolas e universidades: a educação básica submeteu mais de 2 mil projetos por ano, muitos voltados a desafios locais. A mensagem central foi clara — trazer a ciência para dentro das comunidades, mostrar sua utilidade prática e fortalecer a ligação entre pesquisa e cotidiano.