A Anvisa autorizou, em caráter excepcional, a importação de 2.600 frascos de fomepizol — antídoto usado no tratamento de intoxicação por metanol. A compra foi feita via a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS): 2.500 frascos adquiridos pelo governo federal e 100 doados pelo fabricante. A entrega foi prevista até o final da próxima semana.
Por que isso é importante
O fomepizol é uma das alternativas médicas para casos de intoxicação por metanol, que pode ocorrer quando bebidas alcoólicas são adulteradas. Até agora há 14 casos confirmados e 181 em investigação em todo o país.
Do total de notificações, 162 concentram-se em São Paulo (14 confirmados e 148 em investigação). Outros estados com registros incluem:
- Pernambuco
- Mato Grosso do Sul
- Bahia
- Goiás
- Paraná
- Distrito Federal
- Rondônia
- Minas Gerais
- Mato Grosso
- Espírito Santo
- Piauí
Como identificar um caso suspeito
Como saber se alguém pode estar intoxicado por metanol? Considera‑se caso suspeito quem, após ingerir bebida alcoólica, apresenta persistência ou piora dos sintomas — como embriaguez persistente, desconforto gástrico e alteração visual — entre 12 e 24 horas depois do consumo.
Medidas adotadas
A Anvisa atuou em várias frentes dentro da Sala de Situação do Ministério da Saúde. Entre as ações tomadas:
- Conversa com reguladores internacionais para localizar países onde o medicamento é registrado.
- Lançamento de edital para encontrar fornecedores de fomepizol.
- Publicação de resolução com procedimentos temporários e emergenciais para a fabricação de álcool etílico injetável destinado ao tratamento.
- Identificação de 604 farmácias de manipulação aptas a produzir etanol farmacêutico.
O fabricante do fomepizol tem sede no Japão e mantinha estoque nos Estados Unidos, por isso foi preciso usar esse procedimento excepcional — já que o medicamento não tinha registro no Brasil.
O Ministério da Saúde também fechou a compra de 12.000 ampolas de etanol farmacêutico, que se somaram às 4.300 unidades já disponíveis em estoques do Sistema Único de Saúde mantidos por hospitais universitários federais em parceria com a Ebserh. A distribuição dos insumos contemplou Bahia, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal.
“Seguimos a ciência e as orientações dos especialistas. O etanol farmacêutico e o fomepizol são tratamentos comprovados e reconhecidos pela comunidade médica internacional”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Para reforçar a capacidade de diagnóstico imediato, a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária mobilizou três unidades: o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (LACEN‑DF), o Laboratório Municipal de São Paulo e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).
Por fim, a entrega dos frascos de fomepizol foi prevista até o final da próxima semana, e as investigações seguem sob monitoramento da Sala de Situação do Ministério da Saúde.