O cenário político de Salvador segue em transformação após o rompimento do PDT com o grupo do ex-prefeito ACM Neto, do União Brasil. Integrantes importantes que chegaram ao PDT por essa ligação política buscam agora novos rumos. A vice-prefeita Ana Paula Matos está entre eles. Qual será o destino dela e como essa filiação mexe no cenário político local?
Mesmo ainda filiada ao PDT, Ana Paula Matos apareceu em inserções recentes do partido na mídia, defendendo as pautas da sigla. Embora se identifique com os temas do PDT, ela chegou à legenda em 2020, escolhida para a vaga de vice na chapa de Bruno Reis. Sua atuação ganhou destaque, levando-a a compor a chapa de Ciro Gomes à vice-presidência em 2022.
O prefeito Bruno Reis, do União Brasil, comentou a situação. Ele explicou que a vice-prefeita, ao contrário de parlamentares, não tem prazo para deixar o partido. A decisão sobre o novo destino é de Ana Paula. “No momento certo vamos tomar a decisão de qual será o partido”, disse Bruno Reis. Ele fez questão de afirmar que o União Brasil “está de portas abertas para recebê-la”, elogiando sua contribuição à gestão.
Nos bastidores, interlocutores de Ana Paula e Bruno Reis entendem que a ida para o União Brasil é o caminho natural. Fontes sinalizam que a filiação é uma tendência clara, pela forte parceria com o prefeito. “Bruno tem participado do debate do novo partido, ele quer ela no União Brasil”, contou uma fonte próxima.
E a sucessão de Bruno Reis?
Essa possível mudança mexe também com a disputa pela sucessão de Bruno Reis na prefeitura. Os nomes mais falados hoje são justamente do PDT: Ana Paula e o deputado federal Leo Prates. A disputa interna pode mudar de cara se ambos estiverem em outras siglas na próxima janela.
Leo Prates disse que o futuro do PDT em Salvador começa a ser definido em fevereiro do ano que vem. Haverá uma conversa com o presidente nacional, Carlos Lupi, e líderes do partido na capital baiana.
O futuro de Leo Prates
O novo partido de Leo Prates também pode ser conhecido logo. Ele fala que sua prioridade é ficar no PDT. Mas para isso, precisa que os presidentes do partido o liberem para apoiar ACM Neto, ficando na oposição ao governo estadual.
Se isso não acontecer, Prates já olha para outras siglas, especialmente o Republicanos. Ele contou que recebeu convites de vários partidos, como União Brasil, Republicanos e Progressistas. Destacou sua relação com líderes do Republicanos, como Hugo Motta e Márcio Marinho. Prates disse que vai avaliar no momento certo. Ele deixou claro: se não der para ficar no PDT e apoiar ACM Neto, “o Republicanos eu diria que é um dos partidos que avalio com imenso carinho”.
Assim, a disputa pela prefeitura em 2028 pode ter dois nomes hoje no PDT, mas em partidos diferentes: Ana Paula Matos pelo União Brasil e Leo Prates, talvez no Republicanos, se as negociações se confirmarem.