A Amazon anunciou nesta semana o corte de 14 mil postos de trabalho, uma mudança que repercutiu em cidades como Salvador, na Bahia e em outras regiões do país. A empresa atribui a redução a ganhos de eficiência com o uso de ferramentas de inteligência artificial e automação, indicando uma alteração na estratégia de contratação.
O que isso significa na prática? A gigante, que na última década expandiu muito seu quadro — chegando a ser a segunda maior geradora de empregos nos Estados Unidos, atrás apenas do Walmart — agora registra, segundo a própria companhia, dezenas de milhares de funcionários a menos do que em 2021.
A porta‑voz Kelly Nantel informou que as contratações para o fim de ano serão menores do que o habitual e que haverá uma “maior presença de robôs nas operações”, reforçando esse novo foco operacional.
Como resumiu o CEO Andy Jassy: “reduzir a força de trabalho corporativa total à medida que a empresa obtém ganhos de eficiência com o uso da IA”.
Contexto do setor
Os cortes na Amazon fazem parte de um movimento mais amplo no setor de tecnologia. O rastreador independente Layoffs.fyi indica que, só neste ano, mais de 112 mil funcionários foram desligados pelas principais empresas do ramo; no acumulado de 2024, os layoffs chegaram a pouco mais de 150 mil, com abril sendo o mês mais intenso — cerca de 24.500 demissões.
Muitas companhias têm apontado a adoção de IA e a automação de processos como justificativa para essas reduções, segundo comunicados oficiais.
Impactos locais e próximos passos
No estado da Bahia, empregadores, instituições de ensino e trabalhadores notam que a tendência de substituição por IA pressiona o mercado de trabalho e acelera a necessidade de requalificação.
- Maior demanda por cursos e treinamentos em competências digitais.
- Adequação de currículos técnicos e superiores às novas exigências do mercado.
- Ações conjuntas entre setor público e privado para apoiar a transição profissional.
Em nota, a Amazon confirmou as demissões e reiterou que as contratações de fim de ano seriam reduzidas em relação aos anos anteriores. Os efeitos concretos dependerão das decisões das empresas e das iniciativas de qualificação implementadas nas próximas semanas e meses.
Fica a pergunta: como acompanhar essa transformação sem deixar trabalhadores para trás? A resposta passa por formação, apoio e políticas direcionadas — e é justamente esse diálogo entre empresas, instituições de ensino e poder público que começa a ganhar espaço.

