Em Feira de Santana (BA), durante a 3ª edição da Unagro, o ex-senador e ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo avaliou que o momento não é propício para discutir anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A fala ocorreu neste sábado (6) em entrevista ao portal Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias.
O diagnóstico de Rebelo
Rebelo disse que o país vive um cenário de fragmentação e divisão que precisa ser superado para avançar na redução das desigualdades e no fortalecimento da democracia. Em poucas palavras: não é hora de medidas que possam aumentar o atrito.
Ele lembrou a tradição brasileira de anistias, que vai do Império ao regime militar, mas ressaltou que a conjuntura atual impede esse debate. “Não há anistia no meio da guerra. Há anistia quando todos chegam à conclusão de que a guerra não vale a pena. Até agora não é o caso”, afirmou.
Sobre o papel das instituições
Rebelo criticou o que chamou de excesso de protagonismo do Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que a corte, ao assumir muitas pautas, tem gerado insegurança jurídica e institucional. “Hoje é como se fosse um tribunal de tudo. Isso gera insegurança jurídica, institucional e instabilidade. O Supremo não pode ser o epicentro do debate político”, observou.
Relação com os Estados Unidos
Ao comentar a política comercial dos Estados Unidos, ele qualificou o país como uma potência com “tradição arrogante”, sem, porém, defender o rompimento das relações. Pelo contrário, defendeu a manutenção de contatos cordiais entre Brasil e Estados Unidos.
Como alcançar a pacificação
Para Rebelo, a pacificação deve surgir de uma negociação ampla — não de ações isoladas em meio ao confronto. Quem precisa participar dessa conversa? Segundo ele, Congresso, STF, governo federal e oposição devem sentar-se à mesa para buscar um caminho comum.
Em suma: o recado foi por negociação e por calma institucional. Nada de atalhos em momento de tensão — é preciso primeiro reduzir o conflito para então pensar em medidas como a anistia.