Já percebeu como o clima político na Bahia está pegando fogo? Uma nova pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta quinta-feira (31), mostra que ACM Neto (União Brasil) não só lidera a corrida pelo governo estadual, mas tem tudo para vencer já no primeiro turno. Com 53,5% das intenções de voto, ele abriu uma vantagem confortável de 25 pontos sobre o atual governador, Jerônimo Rodrigues (PT).
Se você lembra das eleições de 2022, essa reviravolta é de tirar o fôlego. Na época, Jerônimo surpreendeu ao derrotar ACM Neto no segundo turno. Agora, porém, o jogo virou: Jerônimo aparece com apenas 28,1% das intenções de voto. A diferença é tão grande que o ex-prefeito de Salvador surge como o favorito absoluto para comandar o estado.
Uma virada histórica no tabuleiro político
Os números não deixam dúvidas: o cenário eleitoral baiano mudou radicalmente. Para se ter ideia, em 2022, Jerônimo ganhou com 52,79% dos votos válidos contra 47,21% de ACM Neto. Três anos se passaram e tudo se inverteu. O ex-prefeito saltou para 53,5%, enquanto o governador despencou para 28,1%. Uma queda impressionante de quase 25 pontos!
Segundo a pesquisa, se a eleição fosse hoje, ACM Neto seria o novo governador da Bahia. O levantamento ouviu 1.620 pessoas em 66 cidades entre 25 e 29 de julho, com margem de erro de 2,5 pontos percentuais e 95% de confiança. Ou seja, é um retrato bastante fiel do que está acontecendo nas ruas.
E se tiver segundo turno?
Mesmo em um possível segundo turno, a liderança de ACM Neto só cresce. Na simulação direta contra Jerônimo Rodrigues, o ex-prefeito alcançaria 59,4% dos votos, enquanto o atual governador ficaria com apenas 30,8%. Uma diferença ainda maior do que no cenário do primeiro turno.
Comparando com 2022, a diferença salta aos olhos. Naquele ano, Jerônimo venceu ACM Neto por apenas 5,58 pontos percentuais no segundo turno. Agora, quem estava atrás lidera com folga, e quem comandava o estado sente o peso da rejeição.
Desgaste do governo Jerônimo
Mas por que essa mudança tão brusca? A resposta parece estar na insatisfação com a gestão estadual. De acordo com a mesma pesquisa, 51,6% dos baianos desaprovam o governo de Jerônimo Rodrigues. Só 44,9% ainda aprovam. Desde março, a desaprovação cresceu quase 3 pontos percentuais.
Olhando para a avaliação qualitativa, o cenário é ainda mais difícil para o PT: só 10,8% acham o governo “ótimo”, enquanto 42,2% consideram “ruim” ou “péssimo”. São 10 pontos a mais para o lado negativo.
Bruno Reis, prefeito de Salvador e aliado de ACM Neto, comentou sobre isso: “A gente está vendo a desaprovação nas ruas. Falta governo, falta decisão, falta gestão, falta comando do atual governador”, disparou.
Quem mais está na disputa?
Além dos dois favoritos, outros nomes aparecem na pesquisa. João Roma (PL), ex-ministro da Cidadania no governo Bolsonaro, está em terceiro lugar, com 6,1%. Ele já confirmou que será candidato e defende uma união das oposições para tentar tirar o PT do poder.
Kleber Rosa (PSOL), que surpreendeu nas eleições municipais de Salvador em 2024, tem 1,3% das intenções de voto. Ele é educador, militante de direitos humanos e já foi oficializado como pré-candidato por várias correntes do PSOL, propondo uma “candidatura popular, ecossocialista e de esquerda”.
Por que a Bahia está mudando de rumo?
O que explica essa transformação política tão profunda? Para muitos analistas, a resposta envolve uma combinação de fatores: dificuldade do governo estadual em corresponder às expectativas da população, desafios econômicos do pós-pandemia e a capacidade de ACM Neto de manter sua base fiel e mobilizada, mesmo na oposição.
A memória positiva dos tempos em que ACM Neto foi prefeito de Salvador também pesa a favor dele. Junte isso ao cansaço de mais de 20 anos de hegemonia petista e temos um cenário propício para a alternância de poder.
Como a pesquisa foi feita?
O Instituto Paraná Pesquisas usou um método rigoroso: sorteou cidades proporcionalmente ao tamanho da população e entrevistou pessoas presencialmente. Pelo menos 20% das entrevistas foram auditadas por supervisores. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral e segue todas as regras exigidas.
E o Brasil nessa história?
O que acontece na Bahia reflete um movimento maior que está rolando pelo país. Mesmo com o presidente Lula forte no cenário nacional, alguns governadores petistas enfrentam desgaste, e a oposição se aproveita para crescer.
ACM Neto, por exemplo, além de estar com a bola toda na Bahia, virou uma das principais lideranças do centro-direita no Brasil e defende candidatura própria do União Brasil à presidência em 2026.
A pergunta que fica
No final das contas, fica a dúvida: será que a Bahia está pronta para mudar de mãos depois de tanto tempo? Os próximos meses prometem fortes emoções. Afinal, política por aqui nunca foi para os fracos!