Muitos adversários chegaram a comemorar a possibilidade de que ACM Neto desistisse da disputa pelo governo da Bahia em 2026. Mas quem estava em contato frequente com o ex-prefeito dizia outra coisa: a chance de ele abrir mão era baixa.
Contexto político
Fontes próximas relatam que o pré-candidato estava estruturado e pronto para enfrentar o projeto de reeleição de Jerônimo Rodrigues — ou qualquer substituto que o governador apresentasse. Ainda assim, notícias sobre uma possível saída de cena circulavam com frequência, muitas vezes ampliadas por episódios de fogo amigo dentro do próprio grupo.
Pressões internas
Havia pressão para que o ex-prefeito assumisse compromissos difíceis, sobretudo relacionados ao financiamento de campanhas. Segundo interlocutores, a base governista elevou o nível de promessas e, com isso, encareceu o custo das candidaturas. A oposição sentiu a necessidade de buscar números equivalentes.
- Promessas inflacionaram o custo das campanhas.
- Parlamentares em busca de reeleição pressionaram por apoio.
- Máquinas eleitorais da oposição tinham limitações diante de pedidos constantes.
Então por que isso não levou à desistência? O pré-candidato tentou, dentro do possível, mitigar os efeitos desse avanço político de Jerônimo e conter os estragos causados por aliados mais preocupados com suas próprias campanhas do que com uma alternativa ampla ao PT, que está há duas décadas no poder.
O quadro ficou mais difícil para ACM Neto por falta de uma candidatura presidencial da centro-direita que pudesse ser abraçada desde já. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manteve dúvidas sobre disputar o Palácio do Planalto, e as conversas ficaram em banho‑maria. Interlocutores ressaltaram, no entanto, que a ausência de uma candidatura de Jair Bolsonaro teria sido o principal fator capaz de forçar uma desistência antecipada.
A reação da base de Jerônimo à hipótese remota de saída de ACM Neto foi interpretada como sinal de que ele continuava sendo o nome central da oposição no estado. Se não fosse assim, teria sido tratado como outros pré-candidatos, rapidamente superados pelos governistas.
Em resumo: Jerônimo Rodrigues seguia como favorito e como o candidato a ser batido, mas passou a ser cobrado de forma mais direta. A disputa deixou de se resumir ao discurso de 2022 sobre a unificação do “Brasil democrático” contra a “ameaça Bolsonaro”. Diante desse cenário e das circunstâncias descritas, as fontes apontam que ACM Neto tinha poucos motivos concretos para abrir mão da corrida.