A Polícia Civil e autoridades de saúde investigam uma onda de intoxicações por metanol vinculadas a bebidas alcoólicas adulteradas em São Paulo. Pelo menos três mortes foram confirmadas no estado, além de internações graves e relatos de cegueira temporária ou permanente associados ao consumo de drinques e destilados em bares e adegas. O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) informou que os episódios recentes incluem ocorrências na capital e na Grande São Paulo. As investigações apuram rotas de adulteração, fornecedores e possíveis vínculos entre os casos.
Uma das vítimas é a designer de interiores Rhadarani Domingos, que relata ter perdido a visão após consumir três caipirinhas de frutas vermelhas com maracujá e vodca em um bar na região dos Jardins, zona nobre de São Paulo, em 19 de setembro. Horas depois, ela passou mal, foi internada em estado grave, chegou a ser intubada e segue sem enxergar. A família afirma que os médicos adotaram protocolo para intoxicação por metanol, enquanto exames específicos ainda eram aguardados em parte das reportagens publicadas até esta terça-feira (29). O caso foi revelado em reportagem de TV e detalhado por veículos de imprensa, que também citam a apuração policial em curso e o não detalhamento do estabelecimento pela polícia até o momento.
Outros episódios sob análise incluem o de um jovem que entrou em coma após consumir gim adquirido em adega na zona sul da capital, e o de um amigo que apresentou cegueira temporária — ambos com suspeita confirmada de metanol em exames, segundo a imprensa. Os relatos apontam sintomas como náusea, vômitos, cefaleia intensa, visão turva e desorientação horas depois do consumo. Em casos graves, houve necessidade de hemodiálise e uso de etanol intravenoso como antídoto, segundo familiares e reportagens.
Autoridades reforçam que o metanol é incolor e pode não alterar sabor ou odor da bebida, o que dificulta a detecção no momento do consumo. Por isso, a orientação é redobrar a atenção à procedência, lacres, rótulos e notas fiscais, bem como ao histórico dos fornecedores. Estabelecimentos podem responder civil, administrativa e criminalmente por comercializar produtos adulterados, mesmo sem dolo, de acordo com especialistas e marcos legais citados pela imprensa especializada em gestão.
Orientações a consumidores
- Compre apenas de fabricantes e distribuidores regularizados; desconfie de preços muito abaixo da média.
- Verifique lacre, selo fiscal e integridade do rótulo. Evite bebidas servidas fora da garrafa original sem identificação.
- Se surgirem sintomas como visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, vômito, confusão ou acidose (mal-estar importante) após beber, procure atendimento médico imediato e informe a suspeita de metanol.
Orientações a bares e restaurantes
- Formalize e audite a cadeia de fornecedores (registros no MAPA, notas fiscais, certificados de análise quando aplicável).
- Registre lotes, datas e mantenha amostras para rastreabilidade. Treine equipes para identificar sinais de fraude e acionar autoridades.
- Adote procedimentos de recall interno e comunicação rápida ao notar inconsistências.
No momento, as autoridades mantêm as investigações em andamento para rastrear a origem de possíveis lotes adulterados e coibir novos episódios. Famílias das vítimas reportadas afirmam buscar tratamentos e responsabilização dos envolvidos.