Uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União desarticulou um esquema de desvio de recursos da saúde em Salvador. O caso envolve uma organização social que atuava com serviços de TI e transferências para empresas privadas.
Chamada Operação Dia Zero, a ação foi deflagrada nesta quinta-feira. O grupo é suspeito de desviar verbas federais destinadas à assistência de saúde na capital baiana. Mas como isso acontecia na prática?
Detalhes da Fraude
As investigações da PF apontaram irregularidades no pregão feito pela Secretaria Municipal de Saúde. Esse processo originou o contrato de serviços de TI, e houve indícios de favorecimento a uma entidade específica.
Além disso, a entidade, simulando pagamentos por serviços, transferia recursos diretamente para empresas privadas. Quem eram os donos dessas empresas? Agentes públicos envolvidos nas fraudes e até funcionários da própria organização social.
O objetivo era claro: camuflar o desvio do dinheiro público e esconder quem eram os verdadeiros beneficiários deste esquema fraudulento.
Ações da Justiça e Polícia
Tudo começou com a identificação de diversas irregularidades em um contrato entre a Secretaria de Saúde de Salvador e a organização social. A Polícia Federal decidiu investigar a fundo o que estava acontecendo.
Vinte e cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos. As buscas aconteceram em cidades da Bahia, como Salvador, Mata de São João e Itapetinga, e também em Maceió, Alagoas. Foram recolhidos materiais importantes para as investigações.
A Justiça também determinou medidas duras. A 2ª Vara Especializada Criminal da Bahia expediu ordens de bloqueio de até R$ 100 milhões. Além disso, bens imóveis foram bloqueados e ocupantes de cargos públicos foram afastados temporariamente.
Os envolvidos neste esquema podem responder por crimes graves. Entre eles estão fraude à licitação, peculato, corrupção (ativa e passiva), associação a organização criminosa e lavagem de ativos. As investigações continuam para esclarecer todos os fatos.