O Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Rio Verde concluiu, na terça-feira (7/10), o primeiro inquérito contra o baiano Rildo Soares dos Santos, 33, que foi indiciado por feminicídio, estupro, ocultação de cadáver e furto qualificado pela morte de Elisângela da Silva Souza, 26. O caso segue para análise do Ministério Público de Goiás (MPGO), que decidirá sobre a denúncia formal.
Segundo a Polícia Civil, Rildo foi preso em 12 de setembro, após retornar ao local onde o corpo de Elisângela foi encontrado, no Bairro Popular. Imagens de câmeras registraram o suspeito conduzindo a vítima até um terreno baldio na madrugada do dia 11, quando ela seguia para o trabalho. Laudo pericial apontou material genético compatível com o investigado, confirmando o estupro.
A investigação atribui ao suspeito um padrão de atuação com violência extrema, abordagens durante a madrugada e uso de disfarce de trabalhador de limpeza urbana para circular sem levantar suspeitas. De acordo com o delegado Adelson Candeo, além do caso de Elisângela, há 17 inquéritos em andamento contra Rildo em Goiás e na Bahia. Em Goiás, a corporação relaciona 11 ocorrências ao investigado, incluindo três feminicídios, sete estupros ou tentativas, dois desaparecimentos, um latrocínio tentado, roubos e um incêndio sob apuração.
Durante as diligências, a polícia apreendeu na casa do suspeito bolsas femininas, facas e bonecas. Uma bolsa foi reconhecida por familiar de uma mulher desaparecida. A PCGO também investiga a ligação do preso com os feminicídios de Monara Pires Gouveia e Alexânia Hermógenes Carneiro, além do desaparecimento de Ingrid Ferreira Barbosa Romagnoli e Neilma de Souza Carvalho. Em depoimentos, Rildo confessou três feminicídios e descreveu como agia, relatando inclusive retorno às cenas dos crimes.

O GIH detalhou uma linha do tempo de ocorrências em 2025 em Rio Verde que inclui estupros, desaparecimentos, roubos, incêndio e três feminicídios. A polícia informou que o investigado não mantinha vínculos com as vítimas, que, em parte, estavam em situação de vulnerabilidade. A Defensoria Pública informou ter atuado na audiência de custódia; o suspeito está na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Rio Verde. Se condenado pelos crimes contra Elisângela, a estimativa da polícia é de pena que pode alcançar até 66 anos, conforme agravantes previstos em lei.
As apurações seguem sob sigilo, com novas perícias de DNA, oitivas de testemunhas e buscas por elementos que esclareçam os demais inquéritos. O MPGO deve avaliar o indiciamento e decidir sobre eventual denúncia criminal, enquanto a PCGO continua as buscas relacionadas às mulheres desaparecidas e à elucidação de outros fatos investigados.