A cidade de Paulo Afonso vive um dia de luto e comoção nesta sexta-feira (13), ao se despedir de Raíssa Suellen Ferreira da Silva, jovem de 23 anos vítima de feminicídio em Curitiba, no Paraná. O sepultamento ocorre nesta manhã, no dia em que Raíssa completaria 24 anos. A irmã da vítima publicou uma mensagem emocionante nas redes sociais:
“Hoje, 13 de junho, Raissa completaria 24 anos. Um dia que deveria ser de festa, abraços e sorrisos. Mas, por uma dessas ironias dolorosas da vida, será também o dia do seu sepultamento. Em vez de celebrar mais um ano ao seu lado, vamos nos despedir É difícil aceitar… tão jovem, tão cheia de vida, tão amada. Ainda assim, escolhemos lembrar da sua luz, do seu riso, da sua essência. Você se tornou estrela – daquelas que brilham forte, mesmo de longe. Brilha, estrelinha. Hoje e sempre. Você vive em nós.”
O corpo de Raíssa chegou a Paulo Afonso na noite de quinta-feira (12), sendo recebido com grande comoção. Um cortejo acompanhou o caixão, coberto pela bandeira do município, até o ginásio esportivo onde ocorreu o velório, marcado por forte comoção.
Caso Raíssa:
Raíssa, natural de Paulo Afonso, se mudou para Curitiba há cerca de três anos, motivada pelo sonho de construir uma nova vida e conquistar oportunidades profissionais. Em 2020, ela foi eleita Miss Serra Branca Teen e, segundo familiares, também sonhava em seguir carreira como modelo e cantora. Recentemente, havia iniciado uma faculdade de estética e trabalhava em diferentes funções para se manter na capital paranaense.
O desaparecimento de Raíssa foi registrado no dia 2 de junho. Oito dias depois, o corpo da jovem foi encontrado em uma área de mata em Araucária, região metropolitana de Curitiba, após o humorista Marcelo Alves, de 40 anos, confessar o crime e indicar o local à polícia. Segundo as investigações, Marcelo, que era amigo da família e conhecido de Raíssa desde a infância, atraiu a jovem com uma falsa proposta de emprego em Sorocaba (SP). Ao ser rejeitado após se declarar para ela, ele a estrangulou com uma abraçadeira plástica e ocultou o corpo com a ajuda do filho, Dhony de Assis.
Durante os dias de buscas, Marcelo manteve contato com a família de Raíssa, chegando a oferecer sua casa para hospedá-los em Curitiba. Após confessar o crime, ele foi preso em flagrante por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O caso é investigado como feminicídio, e a polícia apura se houve premeditação e se a vítima foi dopada antes do assassinato. O filho do suspeito, que ajudou a transportar o corpo, foi liberado após pagar fiança.