O vereador licenciado e secretário de Saúde de Curvelândia, em Mato Grosso do Sul, Roberto Serenini (PL), foi preso na manhã desta quinta-feira (4). A Polícia Civil o investiga por suspeita de usar um micro-ônibus da Secretaria de Saúde para transportar mais de 52 kg de cocaína até Cuiabá, capital de Mato Grosso. A ação integra a Operação Infirmus.
O que as investigações dizem
Segundo a apuração, a investigação começou em agosto e avançou até a interceptação do veículo na Região Metropolitana de Cuiabá. Além dos passageiros, que eram pacientes em atendimento, policiais encontraram as drogas escondidas em caixas de supermercado no bagageiro do micro-ônibus.
Como isso pôde acontecer? As autoridades apontam uma sequência de ações suspeitas: horas antes da viagem, o secretário teria pedido a troca de alguns pacientes, esteve na UPA e manteve contato com o motorista na noite anterior para alterar o veículo. Denúncias também indicaram que imagens do sistema de monitoramento da unidade foram apagadas.
A Polícia Civil apreendeu o equipamento de vigilância e, após perícia, constatou a exclusão de parte das gravações. Por isso, a Justiça decretou a prisão preventiva de Serenini e expediu mandados de busca e apreensão para a residência e o gabinete, cumpridos com parecer favorável do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) e apoio da Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc).
O andamento
- Apreensão do micro-ônibus e das caixas com 52 kg de cocaína.
- Busca e apreensão na casa e no gabinete do secretário.
- Perícia no equipamento de vigilância, que mostrou exclusão de imagens.
O delegado Ronaldo Binoti Filho destacou a gravidade do caso:
“Este caso demonstra como criminosos podem se infiltrar em instituições públicas para usar serviços essenciais, como o transporte de pacientes para atividades ilícitas. Nossa investigação foi minuciosa para garantir que todos os responsáveis sejam identificados e punidos.”
As diligências da Denarc e as medidas judiciais seguem em curso. As autoridades afirmaram que as apurações continuam para identificar eventuais outros envolvidos e subsidiar novas providências judiciais.