A Polícia do Rio de Janeiro atualizou o balanço da megaoperação deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão e elevou para 10 o número de baianos mortos nos confrontos. A ação, apontada como a mais letal já registrada no estado, soma ao menos 121 mortos e 113 presos, segundo dados oficiais consolidados até esta sexta-feira (31). As informações sobre as vítimas da Bahia foram antecipadas pela imprensa baiana e confirmadas por autoridades estaduais ao longo da semana.
Além das mortes, a operação resultou na apreensão de dezenas de fuzis e na captura de suspeitos considerados estratégicos na estrutura do comando vermelho. Entre os presos, a Polícia Civil cita investigados de outros estados e nomes ligados a células de liderança. Em meio aos confrontos, moradores do Complexo da Penha levaram mais de 50 corpos à Praça São Lucas, o que pressionou o Instituto Médico-Legal a concentrar necropsias e a publicar listas parciais de identificados.
Órgãos de controle e tribunais passaram a cobrar informações oficiais. O Ministério Público Federal requereu laudos completos ao IML e questionou planejamento, uso proporcional da força e cumprimento de parâmetros da ADPF 635, que orienta operações policiais em áreas vulneráveis. O Supremo Tribunal Federal também solicitou relatório circunstanciado ao governo fluminense. O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos manifestou preocupação com a letalidade e pediu investigações céleres.
Relatos da Secretaria de Segurança Pública da Bahia e de veículos locais indicam baianos entre mortos e presos, com nomes cuja identificação avançou em cooperação com as forças do Rio. Em um dos casos noticiados, a arma apreendida trazia referência à bandeira da Bahia. A imprensa baiana também registrou prisões de suspeitos do estado em endereços da Zona Norte carioca durante a ação.
A operação mobilizou cerca de 2,5 mil agentes, com cumprimento de 100 mandados de prisão e 180 de busca e apreensão, e concentrou-se em áreas de mata nas comunidades. Houve represálias com barricadas, impactos ao transporte e suspensão de aulas em universidades e escolas. Entre as vítimas, quatro policiais morreram em serviço. O governo estadual classificou a ação como planejada e necessária para conter a expansão territorial da facção.
Confira a lista de baianos mortos:
- 1. Bruno Almeida de Oliveira – vulgo Boquita
Natural de Guaratinga (BA)
Envolvimento: tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo - 2. William dos Santos Barbosa
Natural de Feira de Santana (BA)
Envolvimento: homicídio e porte de droga para consumo próprio - 3. Welington Santos de Jesus – vulgo WL
Natural de Eunápolis (BA)
Envolvimento: tráfico de drogas e homicídios ligados a disputas de facção - 4. Rubens Lourenço dos Santos – vulgo Binho Zioão ou BZO
Atuação: Eunápolis e Porto Seguro (BA)
Envolvimento: atentado contra diretor de presídio e fuga de detentos - 5. Tarcísio da Silva Carvalho
Atuação: Arataca, Uruçuca, Ilhéus e Buerarema (BA)
Envolvimento: roubo, tráfico de drogas e homicídio - 6. Jônatas Ferreira Santos – vulgo Grande ou Visão
Atuação: Eunápolis (BA) e cidades vizinhas
Envolvimento: liderança do tráfico local e homicídios - 7. Emerson Pereira Solidade – vulgo Pity
Atuação: Vale do Jequitinhonha (MG) e Extremo Sul da Bahia
Envolvimento: logística e abastecimento de drogas para o CV - 8. Diogo Garcez Santos Silva – vulgo DG
Natural de Feira de Santana (BA)
Envolvimento: associação para o tráfico e porte ilegal de arma - 9. Ricardo Aquino dos Santos
Natural de Feira de Santana (BA)
Envolvimento: homicídio, porte ilegal de arma e integração ao CV - 10. Luiz Carlos de Jesus Andrade – vulgo Zóio ou Escobar
Natural de Feira de Santana (BA)
Envolvimento: homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma

