A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu, na manhã desta quinta-feira (16/10), quatro mandados de busca e apreensão em investigação sobre a divulgação indevida de imagens de uma jovem de 21 anos, vinculada ao caso do padre Luciano Braga Simplício, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Nova Maringá (MT). As ordens, expedidas pela Justiça de São José do Rio Claro, miram celulares, computadores e mídias digitais que possam conter cópias do vídeo que viralizou nas redes.
Segundo a corporação, o objetivo é identificar quem produziu e quem compartilhou o conteúdo, rastrear a cadeia de disseminação nas plataformas e preservar provas. Os equipamentos apreendidos serão submetidos à perícia. A investigação tramita na Delegacia de São José do Rio Claro e apura possíveis crimes relacionados à exposição de intimidade, além de outras condutas correlatas citadas pela polícia em caráter preliminar.
O caso ganhou projeção após um vídeo registrar o padre, de short, dentro da casa paroquial, em Nova Maringá, enquanto a jovem aparece chorando e escondida embaixo da pia do banheiro. O flagrante, atribuído ao noivo da jovem e ao pai dele, ocorreu no sábado (11/10) e circulou amplamente a partir dos dias seguintes, mobilizando a pequena cidade, que tem pouco mais de 5,8 mil habitantes, e gerando grande repercussão nacional.
Após a viralização, a família da jovem registrou boletim de ocorrência por divulgação indevida de imagens. De acordo com a Polícia Civil, o inquérito está em fase inicial, e detalhes adicionais não foram divulgados para não comprometer as diligências. A identidade da vítima é mantida em sigilo.
Em áudios compartilhados com fiéis, o padre Luciano Braga Simplício negou ter mantido contato íntimo com a jovem e disse que ela teria pedido para trocar de roupa e tomar banho na casa paroquial após uma atividade da igreja. A Diocese de Diamantino informou que instaurou investigação canônica para apurar a conduta do sacerdote e que as medidas previstas pelo direito canônico estão sendo adotadas.
A apuração policial seguirá com a análise de mídias apreendidas e a individualização de responsabilidades pela produção e compartilhamento do vídeo. No âmbito eclesiástico, o procedimento instaurado pela diocese avaliará a conduta do sacerdote conforme as normas internas da Igreja Católica.