Em Maceió, o policial militar aposentado Gedival Souza Silva foi sentenciado a 18 anos e 9 meses de reclusão em regime fechado, por homicídio. A condenação ocorreu nesta sexta-feira (3) pelo Tribunal do Júri da 8ª Vara Criminal de Maceió, presidido pelo juiz José Braga Neto. Gedival foi julgado pela morte de Fábio Jhonata da Silva, motorista da Secretaria de Saúde de Maceió, em um episódio de trânsito em 2021.
O julgamento, originalmente marcado para 22 de abril, foi adiado devido à ausência de três testemunhas chave para a defesa e à necessidade de mais tempo para a análise do prontuário médico da vítima. Durante o processo, foi relatado que ambos os indivíduos estiveram envolvidos em um desentendimento no trânsito, resultando em uma confrontação física. Fábio teria se dirigido ao seu carro quando Gedival, interpretando uma ameaça iminente, armou-se e disparou duas vezes contra ele.
Em seu depoimento, Gedival confessou o ato, alegando ter presumido uma ameaça por parte de Fábio, embora tenha expressado arrependimento e negado a intenção de matar. A defesa tentou argumentar legítima defesa putativa, contudo, essa alegação foi rejeitada pelo Tribunal, dado que não havia provas de que Fábio estivesse armado ou representasse um risco real.
O promotor de Justiça, Napoleão Franco, criticou a alegação de defesa, destacando a falta de evidência que Fábio estivesse buscando uma arma e a improbabilidade de que tiros nas costas pudessem ser considerados uma ação defensiva.
A mãe de Fábio, Rosângela Joventino, expressou alívio com o veredito, ressaltando a importância da justiça para evitar futuras tragédias semelhantes causadas por reações desproporcionais em situações triviais como desentendimentos de trânsito.