Na sexta‑feira (17), a Polícia Federal deflagrou a Operação Decrypt. Foram cumpridos mandados em diferentes estados enquanto a corporação investiga a suposta participação de um brasileiro em uma organização criminosa transnacional ligada a ataques por ransomware.
Os pedidos judiciais incluíram, segundo a PF:
- dois mandados de busca e apreensão em Minas Gerais;
- um mandado de busca e apreensão e um de prisão temporária em São Paulo.
As medidas foram autorizadas depois que as autoridades identificaram indícios de invasão de dispositivos eletrônicos — como computadores e celulares — além de sinais de extorsão digital, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Como funcionava o ataque
O ransomware age como se alguém trancasse suas fotos, documentos e programas dentro de um cofre digital. Um software malicioso se esconde em arquivos, mensagens ou links, criptografa os dados e os torna inacessíveis. Em seguida, os criminosos exigem pagamento — geralmente em criptomoedas — para liberar o acesso. Mesmo pagando, não há garantia de que os arquivos serão recuperados.
Mas por que conseguem invadir? Muitas vezes bastam um anexo infectado, um link enganoso ou falhas de segurança para que um dispositivo seja comprometido.
Cooperação internacional
A Operação Decrypt contou com troca de informações por meio da Rede 24/7, mecanismo previsto na Convenção de Budapeste sobre crimes cibernéticos, que facilita a comunicação rápida entre autoridades de diferentes países.
Golpes que se aproveitam do momento
Paralelamente, uma empresa de cibersegurança identificou golpes que simulavam ofertas de emprego da plataforma Google Careers para capturar credenciais. Havia variantes em inglês, espanhol e sueco, e potenciais vítimas eram redirecionadas a páginas de phishing após o primeiro contato.
A Polícia Federal não divulgou nomes dos investigados nem os alvos específicos das diligências. As autoridades informaram que a apuração segue em andamento e que novas diligências e trocas de informação com parceiros internacionais podem ocorrer conforme a investigação avance.