A Polícia Federal (PF) deflagrou uma nova fase da operação contra a mineração ilegal de ouro na Bahia, com foco em um grupo acusado de reincidência na prática. Batizada de Operação Despesca 2, a ação foi iniciada na manhã desta terça-feira (1º), visando a extração ilícita na região de Santaluz, no sisal baiano. Aproximadamente 30 policiais federais estão envolvidos no cumprimento de seis mandados de busca e apreensão em diversos locais, incluindo imóveis, residências, empresas e uma propriedade rural ligadas aos investigados.
As investigações apontam que os suspeitos teriam montado uma nova estrutura em uma fazenda na localidade de Serra Branca. No local, eles estariam processando “rejeitos” minerais provenientes de garimpos ilegais para extração de ouro. O método empregado é a lixiviação, uma técnica que se utiliza de produtos químicos para separar o metal de outros materiais presentes na rocha.
Prática e Riscos
Para realizar a lixiviação, era empregado cianeto de potássio ou cianeto de sódio. Ambas as substâncias são classificadas como altamente tóxicas e possuem uso restrito, sob controle do Ministério do Exército. A PF alerta que a manipulação inadequada desses compostos químicos representa um grave perigo tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente.
As apurações da PF indicam que os indivíduos mantinham a atividade criminosa. Para tentar enganar a fiscalização ambiental e ocultar a continuidade das operações ilegais, eles transferiam constantemente as piscinas onde o cianeto era utilizado para outras áreas.
Desdobramento de Operação Anterior
A Operação Despesca 2 surge como um desdobramento direto da Operação Insistência, que teve início em 19 de dezembro de 2023. Os envolvidos nesta nova fase podem responder por uma série de crimes, incluindo usurpação de bens da União, associação criminosa, posse de artefato explosivo, extração ilegal de recursos minerais, e uso e armazenamento irregular de substância tóxica, perigosa ou nociva.