Uma diretora de escola foi agredida por uma mãe de aluna dentro do Centro Municipal de Educação Infantil Semente do Amanhã, no bairro do Iapi, em Salvador, na manhã da última quarta-feira (30). A cena foi registrada por uma câmera de segurança da unidade.
O episódio teve início dois dias antes, na segunda-feira (28), quando uma professora percebeu que uma aluna de 5 anos estava com um machucado no rosto, próximo ao olho. A criança foi questionada, de forma breve e à distância, pela diretora Ticiane Oliveira Sampaio, e relatou que havia caído da cama. Após isso, Ticiane afirma que não teve mais contato com a aluna naquele dia.
Mais tarde, a avó paterna da menina foi buscá-la e também notou a marca. Ao ser informada sobre o que a criança havia dito, começou a fazer perguntas diretamente à neta. Segundo a diretora, essa interação com a avó marcou o fim do assunto até a manhã de quarta-feira (30), quando a mãe da criança, Rita de Cássia Conceição, chegou à escola visivelmente exaltada.
Ticiane relata que foi acusada pela mãe de induzir a criança a afirmar que havia sido agredida em casa. A diretora tentou explicar que havia seguido os protocolos escolares e que a criança relatou espontaneamente ter caído da cama. Mesmo assim, a mãe continuou a acusá-la e a proferir ameaças e ofensas.
Durante a discussão, registrada por uma câmera de segurança, é possível ver Rita de Cássia entregar sua outra filha a uma pessoa próxima e partir para cima da diretora. Ticiane é empurrada, cai no chão e continua sendo agredida até que outras pessoas intervenham para conter a agressora.
A diretora procurou atendimento e afirmou estar com dores no pescoço, na cabeça e ter perdido parte do cabelo. Devido aos danos físicos, precisará cortá-lo. Ela registrou um boletim de ocorrência na 2ª Delegacia Territorial (DT/Liberdade), que já iniciou a investigação do caso.
Em relato, Ticiane destacou que só não sofreu ferimentos mais graves porque foi amparada por um funcionário do transporte escolar, que segurou a agressora. “Tive sorte de Deus ter colocado Paulo, o rapaz do transporte, para segurar a mãe. Se não, eu teria ficado muito machucada pela força e fúria daquela mãe”, declarou.
Rita de Cássia também foi ouvida e declarou estar arrependida. Disse ter perdido o controle emocional e lamentou que a filha tenha presenciado a cena. “Foi uma reação gerada por uma ação. Estou triste porque não queria que isso tivesse acontecido”, afirmou. A mãe teme ainda que a filha precise ser transferida de escola. Segundo ela, a criança é autista, e mudanças bruscas podem ser prejudiciais.
A Secretaria Municipal da Educação (Smed) divulgou nota lamentando o ocorrido. A pasta informou que está prestando apoio à diretora e destacou sua trajetória de 20 anos na rede municipal, com histórico de comprometimento com os alunos e familiares.