Cinco anos após o rompimento da barragem de Brumadinho, MG, que resultou na trágica perda de 270 vidas e em extensos danos ambientais, grupos indígenas Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe, afetados pelo desastre, começam a reconstrução. Um grupo de 30 famílias Pataxó Hã-hã-hãe, com o apoio da Associação Mineira de Cultura Nipo-Brasileira (AMCNB), estabeleceu a Aldeia Katurãma numa área denominada Mata do Japonês, localizada no município de São Joaquim de Bicas, que faz fronteira com Brumadinho.
A nova aldeia, nomeada Katurãma, dispõe de infraestruturas básicas, incluindo uma escola e um posto de saúde, proporcionando um ambiente de vida mais seguro e promissor para as famílias deslocadas. O território de 36 hectares foi obtido através de negociações com a AMCNB, que concordou com a cessão de 70% do terreno como doação, enquanto os restantes 30% seriam adquiridos com recursos financeiros, parte dos quais provêm de indenizações previstas pela mineradora Vale.
Essa reconstrução não veio sem desafios. Desde seu estabelecimento, a Aldeia Katurãma enfrentou ameaças de grileiros, que incluíam tentativas de incêndio e invasões por homens armados, tensionando ainda mais a situação. Apesar dos obstáculos, a comunidade se manteve resiliente, apoiando-se no acordo feito com a AMCNB e nas esperanças depositadas nas indenizações pela Vale para desenvolver e melhorar a nova aldeia.
O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) intervieram na situação, emitiendo recomendações e solicitando a ação da Polícia Federal para assegurar a segurança e a integridade dos Pataxós. Isso segue a legislação federal que protege terras indígenas. Além disso, a Vale entrou em um acordo de reparação, indenização e compensação integral com os indígenas, prometendo pagamentos que ajudariam no desenvolvimento e na segurança da Aldeia Katurãma.
Este desenvolvimento representa um passo importante na recuperação dos Pataxós Hã-hã-hãe do desastre de Brumadinho, permitindo-lhes reconstruir suas vidas e cultura em um novo lar.