Na quinta-feira (16), a Polícia Civil deflagrou a Operação Primus e cumpriu oito mandados de prisão. O objetivo: desarticular um esquema de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro com indícios de ligação com o PCC. Quem estava por trás disso?
Prisões e alvos
Seis das prisões ocorreram na Bahia. Entre os detidos estava Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jau Ribeiro, de 57 anos, localizado em um hotel de luxo em Lençóis, na Chapada Diamantina. Além dele, foram presos dois filhos, um cunhado e um irmão.
Outros nomes e localidades confirmados pela polícia:
- Feira de Santana: Wesley Márcio Duda; Gilvan Couto Ribeiro; Diego do Carmo Santana Ribeiro; Pedro Henrique Ramos Ribeiro.
- Rio de Janeiro: Israel Ribeiro Filho.
- São Paulo: Mário Kadow Nogueira.
Os demais alvos da operação não tiveram os nomes divulgados.
Busca, apreensões e números
Durante as ações foram apreendidas três pistolas, uma submetralhadora, carregadores e munições, além de cerca de dez veículos de luxo. As investigações também apontaram irregularidades em aproximadamente 200 postos de combustíveis.
O Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), responsável pelo caso, pediu à Justiça o bloqueio de bens móveis e imóveis e o bloqueio de valores dos investigados, que somam cerca de R$ 6,5 bilhões.
Contexto
Jailson Couto Ribeiro, que já foi candidato a prefeito de Iaçu, no Piemonte do Paraguaçu, costumava exibir nas redes sociais uma vida de luxo, com viagens internacionais para destinos como Itália, Luxemburgo, Emirados Árabes e Espanha. Em 2022, ele chegou a apoiar a candidatura do deputado federal Dal Barreto (União), alvo da sexta fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (14).
“Nesse momento eu vou ocultar os nomes, porque está em sigilo. Eu não vou expor as pessoas, mas até aqui são seis que estão aqui. Desses seis, fui procurado por quatro e vou me habilitar nos autos para verificar o que de fato ocorreu. Não tivemos acesso a nada, não sabemos por que a operação foi deflagrada nem os fundamentos da decisão judicial que decretou as prisões. [Eles] estão perplexos, estão surpresos, não sabem ainda. Estamos aguardando o desenrolar da investigação e as informações após termos acesso aos autos do processo”, disse o advogado Joari Wagner, que representa quatro dos investigados.
As prisões e medidas cautelares foram executadas no âmbito das investigações do Draco-LD. O caso segue em investigação, com perícias e análises financeiras em andamento para subsidiar as próximas decisões judiciais.