Na quinta‑feira (18), o advogado Nelson Wilians prestou depoimento à CPMI do INSS. Ele chegou à comissão após uma operação da Polícia Federal que passou a investigá‑lo por supostas ligações financeiras com o empresário Maurício Camisotti. Antes de responder a perguntas, Wilians apresentou um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal e, depois de um intervalo solicitado pela defesa, optou por permanecer em silêncio.
O depoimento
Ao abrir a fala, Wilians disse não conhecer o operador identificado nas investigações como Antonio Carlos Camilo Antunes, apelidado de Careca do INSS. Ele afirmou que só tomou conhecimento desse nome pela imprensa e prometeu apresentar documentos para rebater pontos da apuração.
Em trecho do depoimento, Wilians declarou:
“De forma categórica, digo que não conheço o indivíduo identificado como Careca do INSS; só tomei conhecimento desse nome por meio da imprensa.”
Pressionado pelo relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União‑AL), reafirmou que não mantinha qualquer relação com as fraudes apontadas. Quando o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos‑MG), apresentou um termo para assinatura, Wilians recusou‑se a assiná‑lo e deixou de responder a perguntas subsequentes.
As acusações e a investigação
Segundo a CPMI, relatórios da Polícia Federal e do Coaf indicaram movimentações financeiras consideradas suspeitas envolvendo o nome de Wilians. Um dos documentos anexados às investigações que deram origem à operação Sem Desconto aponta movimentação de aproximadamente R$ 4,3 bilhões em operações classificadas como suspeitas.
Também constam nas apurações indícios de ligação entre o advogado e Maurício Camisotti, apontado como sócio oculto de uma entidade e beneficiário de fraudes na Previdência. A CPMI e a PF têm mantido o foco nas transações financeiras e na análise dos relatórios que embasaram a operação.
Resumo dos pontos levantados pela investigação:
- Investigação da Polícia Federal sobre movimentações e vínculos financeiros.
- Relatórios do Coaf indicando cerca de R$ 4,3 bilhões em operações suspeitas.
- Menção ao empresário Maurício Camisotti como beneficiário e sócio oculto.
O que vem a seguir
Wilians afirmou que apresentará defesa formal e documentos em momento oportuno. Enquanto isso, a CPMI e a Polícia Federal seguem as apurações. A questão fica pendente: haverá documentos que esclareçam as ligações financeiras e fechem o quadro — ou novas perguntas vão surgir nos próximos passos da investigação?
Em outro trecho do depoimento, o advogado destacou a gravidade das supostas fraudes contra aposentados, afirmando que lesar beneficiários é um crime de extrema seriedade e um atentado inaceitável à sociedade.