O que era para ser um simples volta para casa se transformou em momentos de tensão para uma família em Salvador. No último domingo, dia 8, um carro com um casal e uma adolescente foi alvejado por guardas civis na Avenida Tamburugy. As três pessoas que estavam no veículo acabaram baleadas nessa ação da Guarda Civil Municipal (GCM).
Leonardo Bastos, o motorista do carro, falou sobre o que aconteceu. Ele contou que estava com a companheira e as sobrinhas voltando de um clube quando tudo começou. Segundo Leonardo, ele entrou sem querer em uma rua errada e precisou dar marcha ré para corrigir o caminho.
O Que Diz a Guarda Municipal
A versão apresentada pela Guarda Municipal é diferente. A GCM afirma que o agente atirou porque o motorista teria tentado fugir de uma operação de segurança que estava acontecendo ali. Essas operações, a pedido dos próprios moradores, são comuns na região por causa de furtos de veículos.
Leonardo Bastos defende que, com os vidros fechados, não ouviu nenhum pedido para parar o carro. O carro dele era seguido por uma moto, onde estava o irmão de Leonardo, Tiago Marques. Tiago é o pai da adolescente que também foi baleada. Ele sim, ouviu o guarda, mas não teve tempo de avisar Leonardo.
“Quando ele deu o primeiro tiro, eu já tava correndo: ‘Minha filha. O carro tá cheio de criança. Minha filha, pelo amor de Deus'”, relatou Tiago. Ele contou que, mesmo assim, o guarda disparou mais duas vezes. “Ele apontou a arma pra mim na hora que minha filha e Léo desceram do carro. As crianças desceram do carro gritando e ele olhou chocado, sem saber o que fazer”, completou.
Tiago também falou sobre o que disse ao guarda: “Ele disse para mim que atirou para o chão. Eu disse: ‘Como? Olha o vidro do carro, você atirou no carro para matar'”. Ele descreveu o desespero ao ver os tiros.
Provido da Guarda
Diante da seriedade dos acontecimentos, a Guarda Municipal determinou o afastamento imediato do agente envolvido. Ele também foi encaminhado para acompanhamento psicológico. As apurações sobre o caso já começaram, informou a GCM.
A organização garantiu em nota que, se for constatada negligência, imperícia ou imprudência na conduta do agente, o porte de arma dele será cancelado e ele responderá por medidas disciplinares. A nota também ressalta que o agente terá seu amplo direito de defesa garantido durante todo o processo.