Melissa Said, influenciadora digital apontada como articuladora de um grupo ligado ao tráfico de drogas, foi transferida na terça‑feira (28) para o presídio feminino da Mata Escura, em Salvador (BA). A decisão ocorreu após a Polícia Civil apontá‑la como alvo principal da Operação Erva Afetiva, que investiga o comércio interestadual de entorpecentes e suposta lavagem de dinheiro.
Operação Erva Afetiva
A ação foi deflagrada no dia 22 pela Polícia Civil com o objetivo de desarticular a suposta organização. Na operação, os agentes cumpriram dez mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão, nas unidades da federação da Bahia e de São Paulo. Na primeira fase, quatro pessoas tiveram prisão temporária cumprida.
Como ela teria atuado
Segundo as investigações, Melissa usava o alcance nas redes sociais para comercializar maconha, com fornecedores na Bahia e em São Paulo. Além de vender, ela teria comprado e repassado a droga a alguns seguidores e orientado pessoas sobre maneiras de despistar a atuação policial durante deslocamentos e viagens. A influenciadora, que acumulava mais de 300 mil seguidores e se autodenominava “ervoafetiva”, publicava conteúdos sobre consumo de maconha e, em uma ação de promoção no período natalino, chegou a distribuir kits com cigarros de maconha nas ruas, segundo os investigadores.
Prisão e procedimentos
Melissa permaneceu foragida até a quarta‑feira (23), quando foi localizada na casa de uma amiga e encaminhada à delegacia. Ela passou por audiência de custódia no sábado (25) e a prisão preventiva foi mantida. Em frente ao Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), negou envolvimento com o tráfico.
“É uma vergonha. Ninguém no mundo deveria ser preso por fumar maconha”, disse Melissa Said.
A polícia não detalhou o papel dos demais suspeitos envolvidos na operação. As investigações continuam em andamento sob a coordenação da autoridade policial responsável pela apuração dos fatos.

