A médica sergipana Daniele Barreto, de 46 anos, acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o advogado criminalista José Lael Rodrigues Júnior, foi encontrada morta na tarde desta terça-feira (9/9), dentro do Presídio Feminino em Nossa Senhora do Socorro, na Grande Aracaju (SE).
De acordo com a Secretaria de Justiça de Sergipe, foram identificados sinais aparentes de suicídio. Uma equipe do Samu foi acionada, mas constatou o óbito ainda no local. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias.
Quem era Daniele Barreto
Daniele Barreto era cirurgiã plástica, possuía clínica própria em Aracaju e tinha CRM ativo em Sergipe e no Rio de Janeiro. Reconhecida profissionalmente, acabou se tornando alvo de investigações após a morte do marido.
O assassinato de Lael Rodrigues
José Lael Rodrigues, de 42 anos, foi morto a tiros em outubro de 2024, na Zona Sul de Aracaju. Ele estava acompanhado do filho adolescente em um carro quando dois homens em uma motocicleta se aproximaram e abriram fogo. O jovem também foi baleado, mas sobreviveu.
As investigações apontaram que o crime teria sido encomendado. Imagens de câmeras de segurança mostraram a secretária e a amiga de Daniele conversando com suspeitos pouco antes da execução. Segundo a polícia, a médica informou a localização do marido, permitindo a emboscada.
Prisão e processo judicial
Daniele foi presa preventivamente em novembro de 2024, junto a outras seis pessoas suspeitas de participação no crime. Em maio de 2025, conseguiu prisão domiciliar por decisão judicial, mas o benefício foi revogado pelo STF em agosto do mesmo ano.
No início de setembro, a cirurgiã foi internada em uma clínica psiquiátrica após alegar transtorno de personalidade borderline (TPB). Poucos dias depois, deixou o tratamento para cumprir novamente prisão preventiva no presídio feminino.
Outra dificuldade enfrentada pela acusada foi a perda de parte de sua defesa, já que advogados deixaram o processo alegando falta de pagamento. O processo contra ela estava em andamento quando ocorreu sua morte.
Circunstâncias da morte
Horas antes de ser encontrada sem vida, Daniele Barreto participou de uma audiência de custódia que determinou que ela deveria receber acompanhamento médico dentro do presídio. No entanto, por volta das 16h, a detenta foi localizada desacordada em sua cela, com um lençol enrolado no pescoço, segundo informações divulgadas pela imprensa.
O corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML) e exames complementares serão realizados para confirmar a causa da morte.
Processo segue para outros acusados
Com o falecimento da médica, o processo contra ela foi extinto, conforme determina a lei. Entretanto, os outros seis réus seguem respondendo pelo crime em segredo de justiça. O Tribunal de Justiça de Sergipe confirmou que os trâmites continuam normalmente.
