O apresentador Luciano Huck criticou, ao encerrar o programa Domingão no domingo (2), a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos. Huck afirmou que a ação foi desestruturada e pediu coordenação entre prefeitura, estado e União.
Ele ressaltou o lado humano desse saldo: muitas das vítimas viviam em territórios dominados por traficantes e milicianos e, segundo ele, não tinham participação no crime. Defendeu ainda que o combate ao narcotráfico precise ser articulado entre as esferas de governo para evitar novos episódios assim.
“É doloroso ver que o mesmo modelo de segurança pública se repete sem produzir resultados; por trás do número estão famílias que perderam entes queridos e é preciso coordenar esforços entre prefeitura, estado e União”, disse Huck.
Reações nas redes
As declarações provocaram reações imediatas nas redes sociais. Uma parte do público apoiou as críticas de Huck; outra parte atacou o posicionamento e cobrou postura diferente.
Entre os críticos, o apresentador Luiz Bacci classificou o discurso como uma tentativa de romantizar a criminalidade e afirmou que a fala poderia enfraquecer ou intimidar a ação policial. “Não concordei com o teor; não vou romantizar a criminalidade nem o sofrimento das famílias de vítimas inocentes. Esse tipo de discurso presta-se a enfraquecer a polícia”, afirmou Bacci, que também questionou a experiência do colega com as realidades das favelas.
A controvérsia ganhou alcance nacional e passou a ser debatida em várias plataformas digitais, com menções e comentários chegando a outros estados, inclusive à Bahia.
As falas de ambos os apresentadores aqueceram o debate público sobre a operação e sobre modelos de segurança no país. Ficou a expectativa por apurações e por novas manifestações de autoridades e da imprensa; até a publicação desta reportagem não havia, nos dados fornecidos, registro de medidas oficiais ou de audiências confirmadas relacionadas às declarações.

