O cantor carioca MC Poze do Rodo, nome artístico de Marlon Brendon Coelho Couto, teve o pedido de habeas corpus aceito pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (2). O funkeiro, de 26 anos, estava preso desde a última quinta-feira (29), acusado de apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas, após ser detido em sua residência, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.
A prisão de MC Poze foi motivada por investigações que apontam sua atuação em shows realizados em áreas dominadas pela facção Comando Vermelho, onde, segundo a polícia, traficantes armados atuavam como seguranças. Vídeos e fotos de apresentações, além de letras de músicas que mencionariam traficantes, foram usados como base para a acusação. A defesa do artista alegou que as provas são frágeis e que a prisão representava uma perseguição cultural ao funk.
Na decisão, o desembargador Peterson Barroso Simão destacou que a prisão temporária era excessiva e que os objetivos da investigação já haviam sido atingidos com a apreensão de bens. O magistrado também criticou o tratamento dado ao cantor durante a prisão, citando exposição midiática e uso desproporcional da força policial. Segundo o desembargador, a liberdade de expressão é um direito fundamental e a atuação artística de Poze não pode ser automaticamente confundida com apologia ao crime.
Com a concessão do habeas corpus, MC Poze do Rodo deverá cumprir medidas cautelares, como comparecimento mensal à Justiça, proibição de deixar a comarca sem autorização, entrega do passaporte e restrição de contato com investigados e pessoas ligadas à facção criminosa. A decisão foi comemorada por familiares, fãs e outros artistas nas redes sociais, que defenderam a inocência do cantor e criticaram a criminalização do funk.
O caso segue em investigação, e MC Poze do Rodo permanece à disposição da Justiça, cumprindo as determinações judiciais enquanto responde ao processo em liberdade.
