Em 2020, uma adolescente de 14 anos foi responsável pela morte de sua amiga, Isabele Guimarães Rosa, após atingi-la com um tiro no rosto, em um incidente ocorrido dentro de uma residência situada em um condomínio de luxo em Cuiabá. A adolescente envolvida, que participava de atividades relacionadas ao tiro esportivo com sua família, foi julgada por ato infracional análogo a homicídio doloso, resultando em sua detenção por 18 meses em uma unidade para menores infratores. Posteriormente, em 2022, após recurso, a jovem ganhou o direito de responder em liberdade, com a reclassificação da ação para ato análogo a homicídio culposo, caracterizando a ausência de intenção de matar.
Recentemente, essa mesma jovem foi expulsa do curso de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic. A expulsão foi consequência de uma denúncia feita ao Comitê de Compliance da instituição, levando à divulgação de sua condenação entre os alunos do curso. Uma discente do 5º período de medicina informou os colegas sobre o histórico criminal da aluna, o que resultou em um ambiente de rejeição por parte de outros estudantes.
A Faculdade São Leopoldo Mandic, onde as mensalidades do curso de medicina giram em torno de R$ 13 mil, justificou a ação de desligamento da aluna citando que sua presença provocou “grande instabilidade do ambiente acadêmico”. No entanto, a instituição garantiu que a estudante teria a oportunidade de apresentar recurso, respeitando os princípios do contraditório e da ampla defesa.
