Com a proximidade da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a expectativa de manutenção da taxa Selic em 10,50%, o Santander avalia que algumas varejistas podem enfrentar maiores desafios financeiros. De acordo com o relatório do banco, empresas com maior alavancagem, como Casas Bahia (BHIA3), Magazine Luiza (MGLU3) e Pague Menos (PGMN3), serão as mais afetadas em 2024 e 2025 devido às despesas financeiras elevadas.
Por outro lado, análises indicam que empresas com boas posições de caixa líquido podem se beneficiar da taxa de juros mantida. Entre essas, destacam-se Lojas Renner (LREN3), Vulcabras (VULC3), Vivara (VIVA3) e Natura (NTCO3).
Além das taxas de juros, a desvalorização recente do real também afeta o custo das mercadorias vendidas (CMV) para várias empresas do setor. O Santander destaca que Vivara, Grupo SBF (SBFG3), Lojas Renner, Guararapes (GUAR3), C&A (CEAB3) e Vulcabras são as mais sensíveis ao câmbio, devido à alta exposição ao dólar em suas operações. Especificamente para Vivara, a exposição é elevada porque seus custos são em grande parte compostos por ouro e prata, que são comercializados em dólar. No entanto, a empresa possui um estoque que historicamente atua como um amortecedor contra flutuações significativas de preços de commodities.
Os analistas também observam que, apesar de algumas empresas terem dívidas em dólar, todas possuem instrumentos de hedge para mitigar a volatilidade cambial. No entanto, as vendas no varejo têm mostrado um aumento inferior ao esperado em abril, embora tenham se mantido resilientes graças a um mercado de trabalho forte, aumento da renda e estímulos fiscais. Para os próximos meses, os economistas preveem uma desaceleração, influenciada por fatores como chuvas intensas no Rio Grande do Sul e condições financeiras mais rígidas.