Uma idosa de 64 anos foi resgatada em situação análoga à escravidão em Itabuna, no sul da Bahia, após trabalhar mais de cinco décadas para a mesma família sem receber qualquer salário. A operação foi conduzida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal e Defensoria Pública da União.
De acordo com a fiscalização, a vítima começou a prestar serviços domésticos ainda adolescente, sendo transferida de uma geração para outra dentro da mesma família. Durante esse período, foi impedida de sair de casa, obrigada a permanecer sempre à disposição e submetida a maus-tratos.
Além de não receber remuneração, a mulher, pensionista do INSS, tinha sua aposentadoria desviada. Os familiares apropriavam-se do benefício mensal, sem repassar qualquer valor. No momento do resgate, a trabalhadora foi encontrada sem dentes e sem acesso a cuidados médicos, evidenciando décadas de negligência e exploração.
O MTE informou que a idosa foi acolhida e receberá acompanhamento social e médico. A ação integra a estratégia de combate ao trabalho escravo contemporâneo, sobretudo em atividades domésticas, que ainda representam parcela significativa dos casos no Brasil.
Até o momento, o Ministério do Trabalho não divulgou quais medidas judiciais serão tomadas contra os suspeitos, mas confirmou que as investigações prosseguem.