Após nove anos, o Tribunal do Júri de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, condenou Fábio de Jesus Santos a 21 anos e 4 meses de prisão pelo assassinato da pastora Marcilene Oliveira Sampaio e de sua sobrinha, Ana Cristina Sampaio. O crime ocorreu em janeiro de 2016 e teve como motivação uma disputa religiosa.
Segundo as investigações, Marcilene, que era uma das líderes da igreja comandada pelo então pastor Edimar da Silva Brito, rompeu com o grupo e fundou um novo ministério, levando parte dos fiéis. A perda de seguidores teria motivado o plano de vingança. Na noite do crime, Marcilene, Ana Cristina e o marido da pastora, Carlos Eduardo de Souza, foram abordados na estrada que liga Vitória da Conquista a Barra do Choça. Carlos foi espancado e sequestrado, mas conseguiu escapar após se jogar do veículo em movimento. Marcilene e Ana Cristina foram levadas a uma área isolada e brutalmente assassinadas a pedradas, com laudos apontando violência extrema.
Fábio de Jesus Santos e Adriano Silva dos Santos foram presos no dia seguinte e confessaram participação, apontando Edimar como mandante. O ex-pastor foi condenado em março de 2025 a 32 anos de prisão, mas está foragido, com mandado de prisão em aberto. Adriano, inicialmente condenado, foi inocentado após recurso. A defesa de Edimar alega erro judiciário e apresentou pedido de habeas corpus, argumentando falhas no julgamento, como a ausência do depoimento presencial da principal testemunha, Carlos Eduardo.
O julgamento de Fábio de Jesus Santos reforçou a tese do Ministério Público de homicídio qualificado por motivo torpe, uso de meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas. A juíza Ivana Pinto Luz destacou a premeditação e a extrema frieza dos executores.
A Justiça determinou o cumprimento imediato da pena em regime fechado para Fábio de Jesus Santos. O processo contra Edimar da Silva Brito segue em tramitação, enquanto a defesa busca reverter a condenação.
