Na última quarta-feira (7), uma situação de homofobia aconteceu em uma tradicional sala de cinema de Brasília, resultando em indignação e protestos contra a prática discriminatória. A assessora técnica Patrícia Gontijo, 31 anos, e sua esposa, Amanda Gonçalves, 34, foram repreendidas por uma funcionária do estabelecimento durante a sessão de um filme, por terem trocado um beijo.
A Abordagem Discriminatória
As duas mulheres aproveitavam a véspera de feriado assistindo ao filme “A Pequena Sereia” quando foram abordadas pela funcionária do cinema. A mulher repreendeu o casal pelo beijo, afirmando que “isso não poderia acontecer”. O ato de censura ocorreu em meio a uma sala com outros espectadores, onde ninguém mais foi alvo de tal ação.
Patrícia contou que a funcionária justificou a repreensão alegando que as normas da empresa proíbiam tal comportamento.
“Nós ficamos sem reação e perguntamos: ‘Isso o quê? Beijar?’. E ela repetiu várias vezes que isso não podia acontecer dentro do cinema. O sentimento era de humilhação, nunca passamos por algo assim”, disse Patrícia.
Após a abordagem, as duas decidiram procurar o gerente do local, que informou que nenhuma norma da empresa proíbe beijos durante as sessões de cinema, contradizendo a alegação da funcionária.
A Repercussão do Caso e a Resposta da Empresa
Constrangidas e abaladas pela situação, as duas resolveram deixar a sala de cinema antes do fim do filme. Elas rejeitaram a oferta do gerente, que propôs ingressos de cinema e pipoca para uma próxima sessão.
“Era impossível continuar ali depois do que aconteceu. Isso nunca vai tirar o sentimento de impotência e tristeza que sentimos”, desabafou Patrícia.
O casal fez questão de ressaltar que tal conduta é inaceitável e solicitou que a empresa treine seus funcionários e puna casos de homofobia, racismo e qualquer outro tipo de violência. A assessora ainda frisou que “homofobia é crime”.
O incidente foi registrado na Delegacia Eletrônica da Polícia Civil do Distrito Federal e uma reclamação foi feita no site Reclame Aqui. A rede de cinemas, por sua vez, declarou que repudia qualquer ato de discriminação e não compactua com o comportamento da ex-funcionária, que foi desligada da empresa. Além disso, a companhia afirmou que irá reforçar o treinamento do seu time para evitar casos semelhantes no futuro.