Após 12 anos de processo judicial, Rosália Maria foi absolvida da acusação de homicídio qualificado durante julgamento no Fórum de Valença, na Bahia, em novembro de 2024. A defesa contou com a atuação de sua filha, Camila Pita, de 27 anos, que decidiu estudar Direito motivada pelo caso da mãe.
A acusação teve início em 13 de março de 2012, quando José Antônio Silva, namorado de Rosália, foi encontrado morto dentro de um carro. Na época, Rosália havia passado a noite com ele e era a única testemunha presente. O casal estava em processo de separação, e a vítima não aceitava o fim do relacionamento, conforme relatos da família. A Polícia Civil considerou a administradora suspeita, e ela foi ouvida no mesmo dia.
Camila, que tinha 14 anos e estava no primeiro ano do ensino médio, ficou abalada com a situação e, desde então, passou a acompanhar todas as etapas do processo. Ela lia os autos e questionava os advogados enquanto completava os estudos. Ao se inscrever no vestibular, escolheu o curso de Direito com o objetivo inicial de compreender melhor o processo, mas acabou se interessando pela carreira de advogada criminalista após assistir a um júri.
Formada em 2021, Camila ganhou experiência em júris populares antes de integrar a defesa da mãe. No julgamento, que começou por volta das 8h e se estendeu até 1h da manhã seguinte, ela foi uma das sete advogadas que atuaram em defesa de Rosália. O caso mobilizou a cidade de Valença, com grande comparecimento do público e fechamento de estabelecimentos comerciais durante o dia do júri.
De acordo com o Tribunal de Justiça da Bahia, os jurados votaram pela ausência de materialidade do crime. Com isso, os demais quesitos do julgamento não foram analisados e a ré foi inocentada. Como não houve pedido de recurso, o processo foi encerrado definitivamente.