Uma investigação que abalou parte do setor varejista chegou à Fast Shop. Dois sócios e um diretor fecharam um acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) dentro da Operação Ícaro.
O acordo
O entendimento firmado prevê reparação financeira e mudanças na governança da empresa. Entre as obrigações estão o pagamento de uma quantia significativa, a devolução de valores desviados e a adoção de medidas de compliance mais rigorosas.
- Pagamento de R$ 100 milhões a título de prestação pecuniária;
- Devolução dos valores identificados como desviados;
- Implementação de um programa de compliance e novas práticas empresariais.
O que as investigações apontaram
Segundo o MPSP, empresários teriam remunerado auditores fiscais da Secretaria da Fazenda de São Paulo para agilizar e facilitar a liberação de créditos de ICMS. Os repasses teriam sido feitos por meio da empresa de fachada Smart Tax.
As apurações indicam que, entre dezembro de 2021 e julho de 2025, a Fast Shop pagou mais de R$ 422 milhões ao grupo responsável pelos repasses e, em contrapartida, recebeu cerca de R$ 1,5 bilhão em ressarcimentos de créditos tributários.
Como isso foi possível? De acordo com as autoridades, a combinação de empresas de fachada e a atuação de fiscais facilitou o esquema.
Durante a operação, um dos diretores chegou a ser preso. Na ocasião, a empresa declarou estar ‘colaborando integralmente com as autoridades’.
O acordo com o MPSP prevê obrigações de reparação financeira e medidas de compliance, mas as investigações seguem em curso. É um capítulo ainda em desenvolvimento, com medidas que buscam reparar prejuízos e evitar que práticas semelhantes se repitam.