O julgamento desta quinta-feira (16), em Brumado (BA), terminou com a condenação do ex-vereador Valdnei da Silva Caires, conhecido como Bô. Ele foi sentenciado a 34 anos e 24 dias de prisão pelo desaparecimento e morte de Beatriz Pires da Silva, de 25 anos. O corpo da jovem nunca foi encontrado.
O caso
O crime ocorreu em janeiro de 2023, em Barra da Estiva, na Chapada Diamantina. Beatriz era mãe de uma criança de dois anos e estava grávida de seis meses quando desapareceu. As investigações apontaram que o ex-vereador seria o pai do bebê.
Segundo apuração, a jovem foi vista pela última vez em 11 de janeiro de 2023 ao entrar em um carro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade — veículo que, na época em que Valdnei exercia o mandato, costumava ser usado por ele.
Prisões e denúncia
Valdnei foi preso em 21 de junho de 2023 por meio de um mandado de prisão preventiva, expedido por homicídio qualificado. Em 12 de julho de 2023, o Ministério Público da Bahia o denunciou por feminicídio, sustentando que o crime teria motivação em não aceitar que Beatriz revelasse a paternidade, o que, segundo o parquet, poderia prejudicar sua imagem pública.
Consequências e depoimentos
O ex-vereador também teve o mandato cassado em sessão extraordinária da Câmara Municipal de Barra da Estiva. Presente ao julgamento, a mãe da vítima, Célia Pires, disse que Beatriz nunca havia revelado a identidade do pai do primeiro filho e que, ao engravidar novamente, confirmou que os dois filhos eram do mesmo pai.
Até a data do julgamento, o corpo de Beatriz não havia sido localizado. A sentença foi proferida no processo que apurou o desaparecimento e a morte da jovem, após denúncias e prisões realizadas ao longo de 2023.
Será que uma condenação tão longa traz algum consolo para quem perdeu uma filha sem sequer ter um corpo para sepultar? A pergunta fica — e, para a família, sobra a necessidade de respostas e de justiça.