Um menino de 4 anos morreu na tarde de quarta-feira (2) após ser atacado por um cachorro da raça pitbull dentro de sua residência, no bairro Jardim Liberdade, em Itumbiara, sul de Goiás. O animal, que pertencia à própria família, havia sido adotado há cerca de um mês. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado por vizinhos, mas a criança não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
De acordo com a Polícia Civil, a mãe, de 30 anos, havia saído para trabalhar e deixou os três filhos sozinhos em casa, sem a supervisão de outro adulto. Durante sua ausência, o pitbull atacou o menino mais novo. Os irmãos, de 7 e 9 anos, estavam presentes, mas não se feriram. A mãe foi presa em flagrante e deverá responder por abandono de incapaz com resultado morte, crime cuja pena pode variar de 4 a 12 anos de reclusão. O nome da suspeita não foi divulgado, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) .
O Corpo de Bombeiros realizou a contenção do animal, que foi encaminhado ao Centro de Zoonoses da Prefeitura de Itumbiara, onde permanece em observação. Caberá à autoridade sanitária decidir sobre o destino do cão, podendo ser eutanasiado ou submetido a outras medidas previstas em lei.
Segundo o Conselho Tutelar, os irmãos sobreviventes estão sob guarda provisória de parentes, enquanto o Ministério Público avalia a situação familiar. A Prefeitura e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) informaram que estão prestando apoio psicológico e social aos familiares.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2010 e 2022, ao menos 30 crianças morreram no Brasil em decorrência de ataques de cães, sendo 12 delas vítimas de pitbulls. Embora não seja a raça com maior número de mordidas, o potencial de dano do pitbull é considerado elevado por especialistas. A legislação brasileira não impõe restrições severas à criação de cães de raças consideradas de guarda em ambientes domésticos, o que reacende o debate sobre guarda responsável e proteção à infância.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil de Itumbiara. O processo tramita em sigilo parcial, e a mãe permanece presa até audiência de custódia. O animal segue sob observação das autoridades sanitárias.