Uma das joias levadas do Museu do Louvre, em Paris, foi encontrada danificada em uma rua próxima ao museu, informou o Ministério Público da França nesta segunda-feira (20). A peça recuperada é a coroa da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, que havia sido roubada na manhã de domingo (19) na Galeria de Apolo.
O que se sabe sobre a coroa
A coroa tem 1.354 diamantes e 56 esmeraldas. Segundo as autoridades, ela foi achada com sinais de dano, o que sugere que pode ter sido descartada durante a fuga — como quem, em desespero, deixa cair algo valioso na correria.
Com a recuperação da peça, a polícia ampliou as linhas de investigação para tentar reconstruir a rota dos suspeitos e entender em que ponto a coroa foi perdida ou abandonada.
O que ainda está desaparecido
Várias outras peças de grande valor seguem desaparecidas. Entre elas estão:
- uma coroa com safiras e quase 2.000 diamantes;
- um colar com oito safiras do Sri Lanka e mais de 600 diamantes, pertencente à rainha consorte Maria Amélia;
- um conjunto de colar e brincos da imperatriz Maria Luisa, com 32 esmeraldas e 1.138 diamantes;
- um broche da imperatriz Eugênia com 2.634 diamantes, comprado pelo museu em 2008 por € 6,72 milhões (aproximadamente R$ 42,2 milhões).
Importante: o diamante Régent, de 140 quilates e avaliado em cerca de US$ 60 milhões (aproximadamente R$ 377 milhões), não foi levado e permanece na coleção.
Como o roubo teria ocorrido
As investigações apontam que os criminosos invadiram o museu pela fachada voltada para o Rio Sena, usando um guindaste acoplado a um caminhão, e fugiram em motocicletas. Equipes analisaram imagens de câmeras de segurança e entrevistaram funcionários em busca de pistas.
Houve suspeitas de colaboração interna: fontes disseram que o grupo usou coletes amarelos para se passar por prestadores de serviço. “Todas as hipóteses estão sendo consideradas. Uma das linhas de investigação é que o roubo tenha sido encomendado por um colecionador”, afirmou a promotora de Paris, Laure Beccuau.
Ela também comentou: “Hoje em dia, tudo pode estar ligado ao narcotráfico, dadas as somas significativas obtidas com o comércio ilegal” — uma possibilidade que as autoridades não descartam.
A promotoria informou ainda que o envolvimento do crime organizado está sendo avaliado, com a hipótese de que as joias possam ser usadas em operações de lavagem de dinheiro ou revendidas em circuitos ilegais internacionais.
Reações e próximos passos
O caso reacendeu o debate sobre a proteção de acervos culturais, inclusive em cidades como Salvador, na Bahia, e em outras capitais, levando especialistas e gestores a reavaliar medidas de segurança para peças de alto valor histórico e monetário.
As investigações seguem focadas na análise de imagens, nas entrevistas e no rastreamento das rotas de fuga dos suspeitos, na esperança de encontrar novas pistas e identificar os responsáveis.