Um laudo pericial confirmou que o cavalo mutilado em Bananal (SP) estava vivo no momento em que teve as patas amputadas pelo jovem Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos. O caso repercutiu no país após o vídeo ser divulgado nas redes sociais.
O crime ocorreu em 16 de agosto na zona rural da cidade, quando Andrey participou de uma cavalgada e percorreu cerca de 15 quilômetros pelo trecho conhecido como Serra do Guaraná Quente. Segundo relatos, o animal demonstrava cansaço e dificuldades para respirar quando parou e deitou no chão.
Em seguida, o tutor — que alegou estar alcoolizado — acreditou que o cavalo já estivesse morto e utilizou um facão para decepar as quatro patas do animal. Durante a ação, um amigo filmou a cena, que foi parar nas redes sociais.
O laudo divulgado pelo delegado Rubens Luiz Fonseca Melo e pela veterinária Luana Gesualdi confirmou que os ferimentos foram causados ainda em vida, classificando o episódio como um ato de extrema crueldade. “O cavalo ainda estava vivo quando sofreu os golpes”, afirmou Gesualdi. O animal foi enterrado dias depois, após a coleta de material para análises.
O tutor, conhecido como “Boiadeiro”, gravou entrevistas se dizendo arrependido, mas negou ser um “monstro”. Ele afirmou que foi um ato de “transtorno” em meio à embriaguez. O caso provocou manifestações de artistas como Ana Castela e Paolla Oliveira, além da ativista Luisa Mell, que repudiarem publicamente o crime e pediram justiça.
De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), a pena para maus-tratos a animais varia de três meses a um ano de detenção, aumentada em até um terço em caso de morte — o que pode resultar em até 1 ano e 4 meses de prisão. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que deve decidir se apresentará denúncia formal contra o acusado.