Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar familiares durante uma confraternização em Torres, litoral norte do Rio Grande do Sul, é apontada como possível assassina em série pela Polícia Civil. Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (10/1), a delegada Sabrina Deffente afirmou que há evidências de outros homicídios cometidos pela suspeita ao longo de anos, utilizando arsênio como método.
No caso mais recente, ocorrido em 23 de dezembro de 2024, um bolo preparado por Deise durante uma reunião familiar resultou na morte de três pessoas: Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos; Maida Berenice Flores da Silva, de 59; e Tatiana Denize Silva dos Santos, de 47. Outras três pessoas, incluindo uma criança, precisaram ser hospitalizadas após consumir o doce, mas já receberam alta.
Além desse caso, Deise também é investigada por envenenar seu sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que faleceu em setembro de 2024. A substância tóxica foi encontrada em um leite em pó ingerido por ele. Segundo a delegada, a suspeita entregou o produto à casa da sogra um dia antes da hospitalização de Paulo. A perícia confirmou a presença de arsênio em seu corpo após a exumação realizada em 8 de janeiro.
Motivações para os crimes incluem disputas antigas com membros da família. A sogra de Deise, Zeli Terezinha Silva dos Anjos, teria sacado R$ 600 da conta da suspeita há 20 anos, mas devolvido o valor no dia seguinte. Deise usou esse evento como justificativa para o envenenamento. A investigação revelou também uma desavença com Tatiana, relacionada ao uso da mesma igreja para casamento, um conflito que perdurou por décadas.