Um combatente baiano conhecido pelo codinome Arcanjo foi detido na Ucrânia, acusado de cobrar ilegalmente uma ‘taxa de alistamento’ de brasileiros recrutados para lutar contra a Rússia. Ele reapareceu nas redes sociais na quinta-feira (23), depois de mais de um mês de silêncio, e afirmou que o desaparecimento se deveu exatamente à detenção.
Contexto
Natural de Cajazeiras, bairro de Salvador, na Bahia, o soldado estava na Ucrânia há cerca de quatro meses. Durante esse período, atuou no setor de inteligência do GUR (Departamento Principal de Inteligência da Ucrânia) e participou de operações especiais ao lado da companhia Advanced Company Group.
Recrutamento e ofertas
Em agosto, segundo as informações, ele começou uma campanha para recrutar moradores da Bahia com a promessa de incluí-los em uma unidade de elite das forças ucranianas. A Advanced Company Group teria autorizado o baiano a selecionar novos integrantes em seu estado natal.
A organização oferecia, conforme divulgado:
- passagens aéreas;
- hospedagem e alimentação;
- treinamento especializado;
- fornecimento de armamentos e equipamentos modernos;
- salários que, segundo relatos, podiam chegar a R$ 26 mil, dependendo da função e do desempenho em combate.
Entre os requisitos mencionados estavam bom condicionamento físico, estabilidade mental e passaporte válido.
O que ainda não foi esclarecido
Segundo as reportagens, a prisão decorre da acusação de cobrança irregular dessa taxa de alistamento. Mas muitos pontos seguem sem resposta: quem pagou a taxa? Quantas pessoas foram afetadas? Qual foi o valor exato cobrado? Também não foram divulgados detalhes sobre o período de detenção de Arcanjo nem sobre possíveis desdobramentos judiciais ou administrativos.
Em resumo: o caso já trouxe a detenção do combatente e relatos sobre recrutamento e promessas de benefícios, mas ainda faltam informações essenciais para entender a dimensão completa dos fatos.