Um relatório sigiloso da Controladoria-Geral da União (CGU), encaminhado à CPMI do INSS, traz detalhes sobre como uma associação chegou a usar nomes de grandes empresas para validar biometrias de novos filiados.
O que o relatório aponta
Segundo o documento, a Associação de Assistência Social à Pensionistas e Aposentados (AASPA) atribuiu a autenticação de cadastros a empresas famosas, mesmo sem contratos formais. Entre os nomes citados estão:
- Uber
- Serasa
- Sicoob
- Caixa Econômica Federal
A CGU levanta a hipótese de que essas companhias também tenham sido vítimas do esquema — ou seja, os nomes teriam sido usados sem autorização.
A AASPA era presidida por Anderson Ladeira Viana, ex-gerente do banco BMG. As assinaturas de novos filiados foram processadas pela empresa Dataqualify, que também pertencia a Viana, e a associação contratou a empresa de tecnologia Deltafox para validar as biometrias. As mensalidades dos filiados seriam descontadas diretamente da folha de pagamento.
Como isso passou despercebido por tanto tempo? O relatório, que tramita sob sigilo, agora integra as peças à disposição da comissão parlamentar. A CPMI, criada há dois meses para apurar os descontos indevidos em benefícios, vinha reunindo informações desde sua instalação.
A CGU mantém apurações internas em curso para esclarecer a extensão das irregularidades e o papel das empresas mencionadas. As investigações seguem, e a documentação já está com a comissão para análise.