Polícia e investigação
Faxineira atacada pelo ex-patrão com ácido teme perder visão de um olho: ‘Não consigo enxergar’
A faxineira Francieli Priscila Correa Froelich, de 31 anos, que registrou boletim de ocorrência alegando que o ex-patrão de 70 anos jogou líquido de ácido em seu rosto, afirmou ao G1 que está com dificuldade para enxergar em um dos olhos e que passou por uma consulta com oftalmologista na quarta-feira (21).
“O olho está bem inflamado. O médico não pôde mexer porque não tem como mexer com o olho infeccionado. Então, ele passou um colírio e analgésico para ir tratando em casa para ver se vai ter que fazer cirurgia ou o que vai conseguir fazer. Foi o que o médico disse. A minha visão está muito turva. Não consigo enxergar”
A mulher registrou queixa na delegacia contra o ex-patrão alegando que o homem havia jogado ácido muriático, que é um tipo de ácido clorídrico e só deve ser usado para limpar pisos e remover restos de cimento, junto com formol e soda. O caso ocorreu na última segunda-feira (19).
Um vídeo gravado por uma testemunha registrou o momento em que o idoso saiu de uma casa e jogou o líquido na faxineira. Em seguida, o homem se aproximou da vítima, jogou o ácido no corpo dela e a empurrou até o meio de uma rua.
Na imagem, é possível ouvir quando ele fala que a mulher ‘nunca mais vai usar produto de beleza’. Também é possível ver que a mulher e o homem seguravam um pedaço de madeira e uma barra de ferro.
Em entrevista ao G1, Francieli, de 31 anos, relatou que sentiu uma ‘dor insuportável’. “As meninas do posto de saúde me lavaram. A roupa que eu estava derreteu. Meu corpo ficou todo queimado. Depois fui para o Hospital Padre Albino. Minha garganta está toda irritada e inchada”, afirmou.
Ela conta que trabalhava na casa do idoso como faxineira havia quatro anos. Ela também cuidava e fazia comida para o ex-patrão.
“Eu conheço o idoso há mais de 10 anos. Ele convivia muito com a minha família. A gente já tinha até viajado junto. Eu o tratava como um pai”, afirmou.
Motivos para agressão
Sobre o motivo das agressões, a faxineira diz que na semana retrasada, enquanto estava na casa do idoso, acabou tropeçando em um balde com produto que o homem preparava para vender.
“Ele ficou bravo. Vim embora para minha casa. Em seguida, fiquei doente durante uma semana e não fui trabalhar. No outro domingo, liguei para comunicar o idoso que não iria mais trabalhar”, contou.
Francieli afirmou que ela e o homem discutiram durante o contato telefônico. Em seguida, trocaram insultos por motivos pessoais.
“Na segunda-feira, liguei novamente, porque o idoso tinha comprado uma cama e precisava vir buscar. Ele começou a me ofender e a dizer que estupraria meu filho e o jogaria no mato”, contou a mulher.
A faxineira ainda relata que perdeu a cabeça com as ameaças e resolveu ir na porta da casa do ex-patrão para tirar satisfações.
“Foi quando o idoso me jogou o ácido muriático. Não deu tempo de discutir. Ele já saiu com um pedaço de pau e uma garrafa com o produto. Pensei que era cloro”, disse.
Depois de ser socorrida e receber atendimento médico, o marido e o filho de Francieli foram à delegacia para registrar boletim de ocorrência por ameaça e lesão corporal.
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