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Ex-global revela ter sido estuprada por diretor famoso: ‘Disse que eu havia o encantado’
A atriz Juliana Lohomann, de 30 anos, usou as redes sociais para falar sobre um assunto delicado, estupro. O que chamou ainda mais atenção no texto da ex-global foi a personagem, ela mesma.
Em seu Instagram, a artista contou que foi estuprada por um diretor quando tinha 18 anos. Juliana contou que sempre foi muito sexualizada no meio artístico após perceber as mudanças em seu corpo.
Na carta aberta publicada pela revista Cláudia, a atriz deu mais detalhes sobre o caso. Segundo Juliana, o diretor era conhecido e tinha uma “família margarina”, termo para pessoas que aparentam ter uma vida perfeita. Por ser jovem e iniciante na carreira, o medo falou mais alto e ela não soube como sair da situação.
A atriz conta que foi forçada a fumar maconha e estuprada mais de uma vez pelo diretor.
“Ele disse algumas vezes que aquilo não havia sido premeditado, que ele estava ali de forma estritamente profissional, mas que eu o havia encantado. Eu o tinha deixado maluco, não havia o que ele pudesse fazer. […] Eu fui tentando respirar e acalmar o pânico do pensamento de que eu estava a centenas de quilômetros de casa. Entendi que não tinha saída. Fiquei quieta. Fiz o que ele queria. Tive que insistir muito pra ele pelo menos colocar a camisinha, o que fez somente depois de algum tempo de penetração. No dia seguinte, de manhã, fui acordada por seu membro invadindo minha vagina. Lembro de ficar na mesma posição, deitada de lado, e apenas enfiar meu rosto no travesseiro pra que ele não percebesse as lágrimas que caíam sem controle. Ele ejaculou dentro, de novo”.
Além do diretor, a artista abriu o jogo sobre um namoro abusivo que viveu dois anos após o estupro. O rapaz a culpou pelo crime do diretor, e além de abusos psicológicos, cometeu abusos físicos com diversos episódios de agressão.
“Eu e esse namorado tivemos um relacionamento relativamente duradouro por volta dos meus 20 anos, no qual constantemente sofri violências psicológicas, verbais e físicas. Sempre muito ciumento, ele me tolhia no meu modo de dançar, de me vestir, de trabalhar e de me comunicar com as pessoas. […] Ele dizia que ia me matar, me machucava, depois dizia que ia se matar. E eu tinha que acudi-lo em vez de me acolher. Depois, ele voltava com flores, dizia que ia mudar, eu aceitava. Tive muito medo de morrer. Tinha medo de pedir ajuda, de contar pra alguém. Achava que ele precisava de tratamento psicológico”.
O namoro deu a artista, além de traumas que ela carrega até hoje, uma DST que dificultaria uma possível gravidez.
“Eu poderia não estar aqui contando essa história. Mas estou, e é por isso que não me silenciarei mais. Exponho esse relato no intuito de que outras mulheres possam ler, talvez se identificar, e refletir sobre suas existências e seus relacionamentos. A minha libertação não é só minha; ela encontra eco e força em outras vozes que vieram antes de mim, e também faz coro às que virão depois”.
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