Assistir ao Esporte Clube Bahia de fora do Brasil virou uma tarefa cada vez mais complicada para muitos torcedores. Plataformas de streaming bloqueavam transmissões com base no endereço de IP e exibiam mensagens como:
“Este conteúdo não está disponível na sua região”.
Por que houve bloqueios?
O principal motivo foi o licenciamento territorial dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro: cada região tem contratos e valores diferentes. Isso cria limites claros sobre onde cada sinal pode ser exibido — e, na prática, fecha portas para quem está no exterior.
Negócios dos clubes — caminhos diferentes
Nos últimos ciclos de negociação, os clubes seguiram rotas distintas, o que mudou bastante o mercado:
- LIBRA: vendeu exclusividade total dos direitos para o Grupo Globo entre 2025 e 2029, em um acordo estimado em R$ 1,17 bilhão por ano. A divisão da receita ficou prevista em 40% igualitária, 30% por desempenho esportivo e 30% pela base de assinantes de cada clube.
- Liga Forte União (LFU): optou por uma venda fragmentada, fechando contratos com Record, CazéTV (YouTube), Amazon Prime Video e também com a Globo. Ao final, os clubes da LFU chegaram a cerca de R$ 1,7 bilhão por ano, aproximadamente 55% a mais que no ciclo anterior.
Além disso, a Lei do Mandante (Lei nº 14.205/2021) teve papel importante: ao dar ao clube mandante o direito exclusivo de negociar os direitos, a lei facilitou vendas individuais e aumentou a competição entre clubes — um fator que contribuiu para a fragmentação das transmissões.
Ofertas internacionais e alcance
Houve também tentativas de ampliar a oferta para o exterior. A empresa 1190 Sports fechou acordo com a LFU e a LIBRA para transmissões no período de 2025 a 2027, com um pacote previsto para exibição ao vivo e sob demanda em mais de 130 países, por plataformas como a Fanatiz. Desde 2023, a OneFootball também transmite partidas selecionadas em países como Portugal e Estados Unidos.
No âmbito estadual, a emissora pública TVE Bahia assumiu em 2024 os direitos do Campeonato Baiano e passou a disponibilizar jogos gratuitamente por streaming no YouTube, alcançando torcedores em mais de 15 países.
O que os torcedores fizeram?
Para driblar as restrições regionais, muitos recorreram a soluções tecnológicas, como serviços de VPN (rede privada virtual) — uma opção mencionada no mercado como legalizada e sem burocracia —, o que ampliou o acesso a transmissões bloqueadas por localização.
E o que vem a seguir? Especialistas recomendam que torcedores no exterior monitorem a evolução dos contratos e das plataformas, aproveitem conteúdos sob demanda quando disponíveis e acompanhem a expansão de acordos internacionais já firmados, como o da 1190 Sports para 2025–2027, que tendem a aumentar a oferta oficial para quem está fora do país.