Um passo gigante está prestes a ser dado na luta contra o racismo no futebol! Nesta sexta-feira (22), o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), em Salvador, será palco de um seminário de tirar o chapéu, reunindo o que há de mais relevante entre autoridades esportivas e judiciais de todo o Brasil.
Com o título que já diz tudo, “Racismo no Futebol – O Combate à Discriminação nos Estádios”, este evento gratuito, que nasce de uma parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tem um objetivo claro: aprofundar o debate e, principalmente, propor soluções eficazes para a discriminação que, infelizmente, ainda mancha nossos campos. E para dar ainda mais peso a essa conversa, teremos a presença ilustre de Aranha, o ex-goleiro que se tornou um verdadeiro ícone na batalha contra o racismo no esporte.
Um Time de Peso Contra a Discriminação
Imagine uma arena de ideias onde a paixão pelo futebol e a busca pela justiça se encontram. É exatamente isso que acontecerá das 8h às 18h. O seminário trará um elenco diversificado de especialistas e personalidades que vivem o esporte e o direito intensamente. Além do já mencionado Aranha – que em 2014, você deve se lembrar, foi alvo de insultos racistas que chocaram o país durante uma partida da Copa do Brasil –, teremos nomes como:
- O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luís Otávio Teixeira;
- O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e conselheiro do CNJ, Caputo Bastos;
- Dirigentes do futebol baiano, como o presidente do Bahia, Emerson Ferretti, o ex-presidente do clube e atual mandatário do Ypiranga, Guilherme Bellintani, e o presidente do Conselho Deliberativo do Vitória, Nilton Almeida;
- E para completar esse time de respeito, a ex-zagueira Viola e a árbitra assistente FIFA Daniella Coutinho Pinto.
Não é qualquer reunião, concorda? É um encontro que promete!
A Pauta do Dia: Quatro Pilares Contra o Preconceito
A programação foi pensada com cuidado e se divide em quatro painéis temáticos, cada um abordando uma frente diferente no combate à discriminação. É como cercar o problema por todos os lados! Os debates vão explorar temas cruciais:
- “Sistema Judicial no Enfrentamento ao Racismo”;
- “A Justiça Desportiva no Combate à Discriminação”;
- “Sociedade Civil, Clubes de Futebol e Árbitros no Enfrentamento ao Racismo”;
- “Vítimas de Discriminação, Combate à Homofobia e Justiça Restaurativa”.
E como bem destacou o desembargador Lidivaldo Reaiche, presidente da Comissão Permanente de Igualdade, Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos Humanos (CIDIS/TJBA), a expectativa é grande: “Nós preparamos um evento significativo, com a participação de dirigentes esportivos, de integrantes dos tribunais de justiça esportiva, jogadores de futebol que foram discriminados, integrantes do corpo de arbitragem e profissionais do direito. O evento se propõe a colher propostas, sugestões e projetos inovadores. Virão palestrantes e participantes de todo o Brasil, e nós vamos discutir tudo que se refere à discriminação nas praças esportivas.”
Os Números Que Gritos Não Deixam Mudar
Se você ainda duvida da urgência desse tema, os dados são alarmantes e falam por si. O Observatório da Discriminação Racial no Futebol revelou que o Brasil registrou chocantes 364 incidentes de racismo entre 2014 e 2023. É um número que não pode ser ignorado, não é mesmo?
As regiões Sul e Sudeste lideram essa triste estatística, com 36% e 32% dos casos, respectivamente. O Nordeste, nossa região aqui na Bahia, contabilizou 16% dos incidentes, enquanto o Centro-Oeste registrou 9% e o Norte 6%. Esses números são um lembrete doloroso de que precisamos de ações contínuas e coordenadas para erradicar o racismo do nosso esporte. Afinal, o futebol deveria ser sinônimo de união, não de preconceito.
A iniciativa do TJBA e do CNJ em Salvador não busca apenas discutir, mas sim ser um catalisador real para a criação de propostas e projetos inovadores. A esperança é que o seminário não só fomente diretrizes, mas também gere ações concretas para fortalecer a resposta institucional e social contra o racismo e a discriminação nos estádios. O objetivo final? Construir um ambiente esportivo mais justo e inclusivo, para todos os amantes do futebol em cada canto do Brasil.