Cumprindo 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio, o ex-goleiro Bruno concedeu entrevista à Rádio Itatiaia nesta terça-feira (5) e fez revelações sobre o sonho de voltar a jogar futebol e a vida no presídio. Bruno atualmente cumpre pena na APAC (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) de Santa Luzia, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.
Ex-capitão do Flamengo, Bruno conta que na atual unidade prisional teve a oportunidade de voltar a estudar, e a participar de cultos religiosos. Ele falou ainda das dificuldades financeiras: "Muita gente acha que eu sou um "Tio Patinhas" da vida, que tenho uma fortuna guardada lá fora. Perdi tudo. Tudo. Estou financeiramente zerado. É um recomeço da minha vida".
Apegado à religião, Bruno diz que vem trabalhando psicologicamente, fisicamente e espiritualmente para continuar a carreira de goleiro. "Não vou acabar com minha carreira atrás das grades. Minha mãe sempre falou: 'lutar sempre, perder às vezes, mas desistir jamais'. Quando eu olho para minha mãe, minha esposa, minhas filhas, e elas sorriem para mim, isso me fortalece", disse.
Bruno conta que sofreu ao ver a seleção perder por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014. Ele, que estava no Regime Disciplinar Diferenciado, disse que conseguiu junto a outros detentos liberação para ouvir a partida. "Cada gol que o Brasil tomava, me doía porque eu sabia que tinha qualidade para estar ali.Quando o rádio falava "gooool", era da Alemanha. E isso me doía. Acho que eu estaria entre os três na Copa do Mundo de 2014, no Brasil", afirmou o ex-goleiro.
