Mulheres relataram sofrer dificuldades para conseguir realizar denuncias sobre crimes de violência na Bahia. Com duas delegacias especializadas em Salvador e 16 em todo o estado, as vítimas registram casos de agressões, assédio e estupro em delegacias comuns.
Uma jovem, que não quis ter a identidade revelada, explica que foi agredida fisicamente pelo ex-namorado, com quem morou por quatro anos, no momento de uma briga. Ela relata que recebeu um soco no rosto e, quando procurou ajuda na delegacia, teve dificuldade para que acreditassem que o fato era verídico.
“Quando a pessoa chegar para dar queixa, para denunciar o agressor, fazem vários questionamentos como se a pessoa não tivesse falando a verdade”, disse a jovem.
Outra mulher que também relatou sofrer empecilhos ao registrar um caso de violência em Salvador. Durante uma consulta de rotina, ela afirmou que foi tocada nas partes íntimas e que o médico urologista tentou beijá-la a força. Já na delegacia, a vítima falou que foi questionada diversas vezes sobre um provável relacionamento com o homem.
“Chegando lá [delegacia], a primeira coisa que eu ouvi foi o delegado me perguntar se depois da consulta eu mantive relacionamento com ele. Sendo que ele é meu médico, eu não tenho nenhum tipo de relacionamento com ele”, contou.
