O Fluminense recebeu uma proposta da Lazuli Partners e da LZ Sports para vender 65% do clube e transformar a operação de futebol em uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF). No desenho apresentado, havia um aporte inicial de R$ 500 milhões em até dois anos, um investimento total estimado em R$ 6,4 bilhões ao longo de dez anos e a assunção de uma dívida de R$ 871 milhões. A associação ficaria com 35% do capital.
O que a proposta prevê
A oferta foi formalizada por uma subsidiária da gestora, a LZ Sports, e previa um grupo de investidores reunidos pela Lazuli Partners. Inicialmente a ideia era incluir cerca de 15 torcedores como cotistas; com o interesse de novos apoiadores, o quadro chegou a 40 investidores milionários, identificados como torcedores do clube.
Havia aportes obrigatórios escalonados: R$ 250 milhões no momento da assinatura da SAF e outros R$ 250 milhões até 24 meses após o fechamento. O total projetado de R$ 6,4 bilhões foi detalhado da seguinte forma:
- R$ 4,7 bilhões para folha salarial (elenco e comissão técnica);
- R$ 1,1 bilhão para aquisição de atletas;
- R$ 359 milhões para desenvolvimento e formação de jogadores;
- R$ 84 milhões para melhoria do centro de treinamento e de Xerém;
- R$ 143 milhões previstos em royalties para a associação.
Como a operação seria estruturada
Pela proposta, a SAF assumiria a gestão de todas as modalidades profissionais: futebol masculino, futebol feminino, categorias de base e futsal. O centro de formação de Xerém ficaria sob responsabilidade da empresa, enquanto a sede de Laranjeiras e outros imóveis permaneceriam sob controle da associação.
Impactos esperados
O movimento chamou atenção na Bahia e em outras regiões como exemplo das mudanças no modelo de governança e financiamento do futebol brasileiro. O que isso pode significar na prática? Entre os pontos levantados por analistas estão uma maior competição por jovens talentos formados na região, alterações no fluxo de transferências e a pressão por modelos de gestão mais profissionalizados em clubes do Nordeste.
Também houve menções a possibilidades de interlocução entre investidores, agentes e clubes em países de língua portuguesa, e a como diferentes estruturas societárias podem influenciar parcerias internacionais e mercados de transferência.
Próximos passos
A diretoria já levou a proposta ao Conselho Deliberativo. O processo seguirá para votações formais entre conselheiros e sócios, que decidirão se adotam a estrutura de SAF e qual será o cronograma para os aportes previstos.