Chen Xuyuan, o ex-presidente da Associação Chinesa de Futebol, foi sentenciado à prisão perpétua acusado de corrupção. A pena foi anunciada após se constatar que Chen aceitou subornos que totalizam impressionantes 11 milhões de dólares (54 milhões de reais). Essa situação emergiu em um contexto de intensa luta contra a corrupção que permeia o futebol chinês. As informações foram veiculadas pela imprensa estatal nesta terça-feira (26), com destaque para a publicação no jornal ‘People’s Daily’, sob influência direta do Partido Comunista.
Num detalhamento dos atos corruptos, foi revelado que de 2010 a 2023, durante sua atuação em cargos significantes no esporte, Chen se beneficiou ilegalmente de somas que alcançaram os 81,03 milhões de yuanes. O ex-presidente visivelmente procurou promover “vantagens indevidas” para determinados clubes e associações de futebol, através da manipulação de resultados de jogos e ascensões, além de intervir nas sanções contra árbitros. A gravidade dessas ações foi enfatizada pela mídia estatal, que caracterizou os subornos como “especialmente enormes”, além de frisar o impacto negativo dessas práticas na competição leal e na ordem do futebol.
Antes de sua condenação, Chen Xuyuan assumiu a presidência da Associação Chinesa de Futebol em 2019, contando com uma trajetória pregressa repleta de posições de destaque no esporte. Sua admissão de culpa veio à luz em janeiro, por meio de um documentário televisivo, onde ele reconheceu ter aceitado dinheiro em troca de favores. Em suas palavras, “Os torcedores podem aceitar o fato de que a situação do futebol chinês é ruim. Mas não podem perdoar a corrupção”.
A campanha anticorrupção, fortemente encabeçada pelo presidente Xi Jinping, reflete o desejo de limpar a imagem do esporte no país, dado o seu amor declarado pelo futebol e o sonho de ver a China como uma potência futebolística mundial. Essa cruzada resultou no afastamento de vários dirigentes, incluindo Chen. A Xinhua, agência oficial de notícias, sinaliza que mais sentenças decorrentes de grandes casos de corrupção no futebol devem ser anunciadas.
Destacam-se os casos de Li Tie, ex-técnico da seleção, que confessou ter pago subornos para assegurar seu cargo na federação e manipulado resultados de jogos. Ao mesmo tempo, outras figuras importantes, como Chen Yongliang e Dong Zheng, receberam penas de prisão pelos seus envolvimentos em esquemas semelhantes. Ainda no âmbito do combate à corrupção, notou-se a condenação de Yu Hongchen, ex-presidente da Associação Chinesa de Atletismo, a 13 anos de prisão.
No cenário internacional, destaca-se o caso do jogador sul-coreano Son Jun-ho, que foi detido sob acusações de corrupção e posteriormente libertado, retornando à Coreia do Sul. Son, que disputou jogos importantes pela seleção sul-coreana na Copa do Mundo do Catar-2022, reforça a necessidade de vigilância constante e medidas firmes contra as práticas corruptas no futebol.
