O Campeonato Angolano de 2017 começou da pior forma possível. Nesta sexta (10), na cidade de Uíge, a 285km ao norte da capital Luanda, uma confusão deixou ao menos 17 mortos e 60 feridos.
A tragédia aconteceu na porta do Estádio Municipal 4 de Janeiro, no embate entre o Santa Rita de Cássia, time local que voltou à primeira divisão nacional neste ano, e o Recreativo de Libolo.
As pessoas que ficaram de fora da praça esportiva, com capacidade para 8 mil espectadores, tentaram forçar a entrada, o que acabou asfixiando muita gente. Quando o portão foi aberto, outras foram pisoteadas. A maioria dos feridos deu entrada no hospital com lesões ósseas.
“As pessoas aqui de Uíge adoram futebol e hoje muita gente queria assistir ao primeiro jogo do Girabola (como é conhecido o Campeonato Angolano). Aglomerou-se muita gente no exterior do estádio e a polícia não alargou o cordão de segurança em volta do acesso ao recinto. Juntaram-se pessoas com bilhete e outras sem bilhete e foram empurradas contra a zona de entrada”, contou o presidente do Santa Rita de Cássia, Domingos Nzolani, ao jornal português Diário de Notícias.
No entanto, testemunhas disseram que a polícia tentou dispersar a multidão. Na correria, aconteceu o pisoteamento.
Mesmo com a tragédia, ocorrida aos 7 minutos do primeiro tempo, o jogo continuou. O Recreativo de Libolo venceu por 1×0. “Eu só soube do sucedido quando saí do estádio. Ninguém à nossa volta sabia. Nada podia prever isto. O estádio tem boas condições. É horrível. Estou devastado, nunca pensei que me fosse acontecer isto”, afirmou o técnico do Santa Rita de Cássia, Sérgio Traguil, ao site português Mais Futebol.
Os três maiores clubes de Portugal, Benfica, Porto e Sporting, muito populares em Angola, prestaram condolências aos familiares das vítimas da tragédia e ao povo angolano por meio do Twitter.
